A primeira fase do concurso de acesso ao Ensino Superior público viu 50.964 novos alunos serem colocados nas universidades e politécnicos portugueses. São quase mais 5.500 estudantes do que no ano anterior, o que representa um aumento de 15% face a 2019 e de 21% face a 2015.
O aumento do número de colocados dá continuidade a uma trajetória de crescimento, já que em 2019 os valores também tinham subido face ao ano anterior. Pode ver aqui o site da Direção-Geral do Ensino Superior com os resultados das colocações.
Nesta primeira fase, apresentaram-se a concurso 62.561 candidatos – um aumento de 23% relativamente a 2019, ano em que se candidataram cerca de 51 mil estudantes.
Do universo total de candidatos, 82% foram colocados, 84% destes numa das suas três primeiras opções. No ano passado, 87% dos candidatos ficaram colocados e, em 2018, o valor chegou a atingir quase 90%.
No Ensino Superior público ficaram agora por preencher 6.050 lugares - menos 684 vagas quando comparado com o concurso de 2019.
Há mais cursos que ocuparam todas as vagas iniciais
Cerca de dois terços dos 1.064 cursos disponíveis nas universidades e politécnicos portugueses não deixaram qualquer vaga por preencher na primeira fase.
Foram 765 os cursos sem quaisquer vagas sobrantes, um valor que ultrapassa o registado em 2019 (702).
No lado oposto do espectro estão 31 cursos que não registaram qualquer
colocação - menos sete do que em 2019.
O curso de Engenharia Informática, do Instituto Politécnico da Guarda, foi o que registou o maior número de vagas sobrantes. Das 84 vagas iniciais, apenas 15 foram ocupadas.
O Instituto Politécnico de Bragança volta a ser, uma vez mais, a instituição de Ensino Superior com maior número de vagas sobrantes, com 1.155 vagas ainda por preencher. Em 2019, sobraram neste politécnico 1.246 vagas na 1.ª fase do concurso de acesso.
Seguem-se o Instituto Politécnico da Guarda (512 vagas) e o Instituto Politécnico de Viseu (484 vagas).
Número de alunos nos politécnicos continua a aumentar
Há um valor que este ano se repete: dos quase 51 mil alunos colocados, 60% vai para uma universidade. É o mesmo valor de 2019.
Os dados relativos a 2020 mostram que 30.671 novos estudantes já se encontram colocados no ensino universitário (face a 27.280 em 2019) e 20.293 no politécnico (face a 17.220 em 2019), representando aumentos de 12% e 18%, respetivamente.
A tendência de preferência pelas universidades repete-se, mas, à semelhança do que aconteceu em 2019, a diferença face ao ano anterior é mais acentuada no ensino politécnico. 30% do total de candidatos escolheram o ensino politécnico como 1.ª opção.
Destaca-se, ainda, o aumento de 24%, no ingresso a instituições politécnicas localizadas em territórios de menor pressão demográfica.
Nova queda de colocações na primeira opção de curso
Num concurso em que o candidato é colocado com base na ordem das seis opções de cursos que seleciona - isto é, o candidato só avança para a segunda opção escolhida caso não consiga entrar na primeira - mais de metade (50,15%) entrou na primeira opção.
Este valor é inferior ao do ano passado, quando 53,1% entrou na primeira opção.
O gabinete do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior prevê que se inscrevam no ano letivo 2020/2021, que agora começa, cerca de 95 mil novos estudantes no Ensino Superior público e privado, incluindo cerca de 73 mil estudantes nos cursos de licenciatura e mestrados integrados e mais de 9,5 mil estudantes em formações curtas de âmbito superior.
O destaque este ano vai para o aumento a rondar os 29% do número de estudantes colocados nos 17 ciclos de estudo com maior concentração de melhores alunos (Índice de excelência dos candidatos), representando 1.984 estudantes colocados, face aos 1.540 de 2019.
A segunda fase do concurso de acesso ao Ensino Superior decorre entre 28 de setembro e 9 de outubro, estando disponíveis pelo menos 6.050 vagas que sobraram da primeira fase, ou seja, aquelas que, apesar de alguém ter sido colocado nelas, não foram “reclamadas” no momento da matrícula; as resultantes da recolocação de estudantes já colocados; as que foram libertadas na sequência de retificações às colocações da primeira fase; e ainda as vagas adicionais criadas nos termos do regulamento ou que sejam utilizadas no atendimento de reclamações.
Podem concorrer aqueles que não conseguiram entrar na primeira fase, quem não se candidatou ainda ao Ensino Superior, os que só reuniram as condições para se candidatar após o fim do prazo da primeira fase, quem não se matriculou na instituição em que foi colocado ou simplesmente quem queira tentar de novo.
Na sequência do reforço do número de vagas do regime geral de acesso ao Ensino Superior, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior avança que “as Instituições podem ainda aumentar esse número de vagas através da transferência de vagas fixadas e não ocupadas nos concursos especiais de acesso e ingresso no Ensino Superior, caso se venham a verificar novas vagas não preenchidas em concursos especiais até ao início de outubro”.
Mais estudantes com deficiência ou maiores de 23
Em 2020, regista-se ainda um aumento de 6% do número de estudantes provenientes do concurso para maiores de 23 anos, com perto de 2.800 estudantes a solicitar reingressar nas universidades e politécnicos.
O número de estudantes colocados nas instituições localizadas em regiões com menor pressão demográfica também cresceu em 20% face a 2019, atingindo 12.314 colocados. É um aumento de 2.028 estudantes.
Relativamente a 2015, o número de estudantes colocados nas regiões de menor pressão demográfica cresceu 34%.
O número de colocados através do contingente especial para estudantes com deficiência aumenta 39% face a 2019, com 312 estudantes colocados.
No total, o número de colocados através deste contingente mais do que duplicou desde 2015, refletindo as alterações legislativas introduzidas neste domínio.