Paulo Madeira considera que Jorge Jesus não pode sacudir por completo a responsabilidade pela crise desportiva do Benfica.
Jorge Jesus afastou responsabilidade, pessoal e coletiva, pela crise desportiva do Benfica. Na antevisão do desafio com o Arsenal, o treinador encarnado culpou, uma vez mais, a pandemia da Covid-19 pelo que está a suceder. Em declarações a Bola Branca, Paulo Madeira diz compreender as palavras do treinador, que "manifestou o que sentia e o que lhe ia na alma". No entanto, não concorda com a explicação na plenitude.
"A covid-19, obviamente, foi um dos fatores que prejudicaram o Benfica em termos desportivos, é um facto, mas foi um dos. Tem de haver mais fatores. Não se pode só associar o facto de o Benfica estar mal com a história da Covid-19. Ele é o comandante do barco e é responsável. Não só ele, mas tem de haver alguma responsabilidade. Se não, andávamos aqui todos a dizer que era o 'Manel, o Joaquim, o António' e nunca se dizia quem era, ou não, o responsável", assinala o antigo capitão do Benfica.
Portanto, Paulo Madeira compreende e respeita a opinião de Jorge Jesus, mas torce o nariz: "Se eu fosse treinador, dizia que era eu ou dizia que éramos todos. Quando se ganha, ganham todos e quando se perde, perdem todos. A responsabilidade tem de ser dividida por todos."
Paulo Madeira coloca-se, contudo, ao lado de Jorge Jesus no apelo ao "carinho" que reconhece ser necessário tributar ao plantel.
"Estou com ele, porque não há outra forma de se dar a volta à situação. Já se concluiu que o caminho não é o de ir contra a equipa. O caminho é o de motivação, de crer, de remar para o mesmo lado", finaliza.