O presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública acredita que o cenário em torno do coronavírus tende a melhorar com a evolução do surto.
Em entrevista à Renascença, Ricardo Mexia, esclarece que “neste momento ainda estamos na fase ascendente, de perceber uma quantidade de variáveis e de indicadores sobre o vírus”, mas, que, salvo alguma mutação, a “letalidade tendencialmente decresce ao longo do surto”.
Justifica a sua opinião explicando que, à medida que o tempo passa, “melhoramos a nossa capacidade de diagnóstico e melhorarmos a capacidade de tratar os doentes”.
Questionado sobre a letalidade do coronavírus (2%), Ricardo Mexia acredita que, com a evolução da doença, esse número pode reduzir. Ainda assim, admite preocupação.
A letalidade é um dos indicadores que nós utilizamos e se, por um lado, de facto, é substancialmente mais baixo do que aconteceu no SARS, é, por exemplo, substancialmente mais alto do que acontece com o HN1, quando tivemos a pandemia da gripe e, portanto, encaramos com bastante preocupação”, explica.
Na China, o coronavírus já fez mais mortes que o surto de SARS, a síndrome respiratória aguda grave, de 2002.
Ricardo Mexia enaltece ainda o esforço feito pelas autoridades para controlar a doença. “Houve uma aposta grande da China de conter a situação lá”, remata.
Até ao momento, há registo de 427 mortos e mais de 20.400 infetados confirmados com o surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em mais de 20 outros países.