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A divisão interna não fortalece a posição de Portugal no esforço para acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA), alerta o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
De visita à Feira do Livro de Lisboa, o chefe de Estado lembrou esta quarta-feira que se trata de um objectivo muito difícil de concretizar.
“Perante tantos adversários e concorrentes, acho curioso que ainda estamos longe de ter condições estabilizadas na luta contra eles, já nos estamos a dividir internamente sobre uma realidade que verdadeiramente é difícil. Eu não tenho a certeza que essa divisão fortaleça a posição de Portugal”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Governo vai propor que a Agência Europeia do Medicamento, actualmente com sede em Londres, seja transferida para Lisboa, mas outras cidades portuguesas, como Porto, Braga e Coimbra já lamentaram a decisão do executivo de António Costa.
Rui Rio não quer EMA em Lisboa
O social-democrata Rui Rio comentou esta quarta-feira a polémica. O ex-presidente da Câmara do Porto considera ser um erro a candidatura de Lisboa.
O economista mostra-se desgostoso com a decisão do executivo e afirma que o país está “cada vez mais centralizado e concentrado em Lisboa” e no resto do país, por “excesso de concentração e desertificação”.
“Eu via com muitos bons olhos que esta oportunidade que Portugal possa vir a ter fosse para outro ponto do país que não Lisboa. Não tem que vir para o Porto, mas também ficaremos bem se estiver em Braga, em Coimbra. Eu acho que estaremos sempre bem se não estiver em Lisboa. É tempo de nós abrirmos o país e não fecharmos a capital do país”, defende Rui Rio.
Nestas declarações no final da celebração dos 25 anos da Área Metropolitana do Porto, Rui Rio voltou a defender a necessidade de se apostar na descentralização, mas criticou o timing do Governo para fazer aprovar a lei-quadro ainda antes das autárquicas.
Ministro foge à polémica
O ministro adjunto recusa comentar as criticas à decisão do Governo de candidatar Lisboa à Agência Europeia do Medicamento. No encerramento da celebração dos 25 anos da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Cabrita escudou-se no tema da sua intervenção para não responder àqueles que a Norte defendem outra opção de candidatura.
“Eu vim aqui para falar de descentralização, não vim aqui para falar de política europeia. E é de descentralização que estamos aqui a tratar, não é do Brexit”, afirmou o governante.
Na sua intervenção, o ministro aludiu à necessidade de uma grande convergência política para que seja possível avançar com a lei-quadro da descentralização. Eduardo Cabrita gostaria que a legislação ficasse pronta até 9 de Julho embora reconheça que essa hipótese esbarra na falta de entendimento no Parlamento.