A ministra da Saúde garantiu esta segunda-feira que a saúde mental vai ser “claramente uma prioridade” da atual legislatura, que será refletida na proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano.
A criação de equipas comunitárias de saúde mental para a infância, adolescência e também para tratamento de adultos é uma das apostas do Governo nesta área, indicou a ministra Marta Temido durante a apresentação do relatório do Conselho Nacional de Saúde sobre saúde mental.
“A saúde mental vai ser claramente uma prioridade desta legislatura e as recomendações do Conselho Nacional de Saúde estão muito em linha com as preocupações da nossa ação governativa e com o que vão ser as nossas prioridades, desde logo a questão das equipas comunitárias de saúde mental”, afirmou a ministra aos jornalistas no final da sessão de apresentação do documento, que decorreu em Lisboa.
Marta Temido adiantou ainda que o Governo quer garantir que todos os hospitais de agudos têm internamento de psiquiatria e saúde mental, indicando que há quatro unidades que ainda não dispõem dessa valência.
Escusando-se a especificar valores, a ministra disse que a proposta de Orçamento do Estado para 2020 que hoje será entregue na Assembleia da República vai detalhar montantes que serão aplicados nas várias áreas e ações da saúde mental.
O relatório do Conselho Nacional de Saúde hoje divulgado aponta para uma insuficiente resposta de cuidados continuados em saúde mental, que obriga um número elevado de doentes a permanecerem internados e defende ser urgente alargar a oferta para dar resposta aos doentes e às famílias.
O documento indica ainda que o Estado deve planear os recursos humanos em saúde mental para a próxima década, eliminando as assimetrias geográficas e a escassez de profissionais, para que o Serviço Nacional de Saúde possa prestar cuidados de qualidade atempadamente, preconiza um estudo.
A falta de recursos humanos na área da saúde mental é também apontada no relatório, que admite contudo um aumento de profissionais nos últimos quatro anos.