O incêndio que lavra em Ourém desde as 14h40 já destruiu um aviário, provocando um prejuízo de cerca de um milhão de euros, disse à Lusa fonte da empresa situada em Resouro, na freguesia de Urqueira.
“O pavilhão que ardeu era o mais recente e estavam lá dentro 200 mil galinhas poedeiras novas. Cada uma custa cerca de cinco euros, pelo que o prejuízo é enorme”, lamentou a mesma fonte.
Segundo explicou, o fogo foi “muito rápido”. “De um momento para o outro já estava tudo a arder e não havia nada a fazer”, resignou-se.
A empresa, que se dedica à produção de ovos, tem vários contratos para distribuição do produto, que não sabe como agora vai conseguir cumpri-los, acrescentou a mesma fonte.
O incêndio que deflagrou hoje no Carvalhal, na freguesia de Espite, e se estendeu às localidades vizinhas continuava a lavrar com muita intensidade, pelas 19h30, cerca de cinco horas depois, confirmou a Lusa no local.
Desde que começaram, as chamas ameaçaram várias habitações, tendo obrigado os populares a munirem-se de mangueiras e baldes para tentarem apagar as projeções que ateavam focos de incêndio.
Sem bombeiros por perto, porque as solicitações eram muitas como se percebia através do som do rádio dos operacionais, junto à Igreja de Resouro foram os militares da GNR que ajudaram os habitantes e apagar as chamas que se aproximavam de uma casa.
Ao se aperceberem da dificuldade dos moradores em extinguir o fogo, os militares rapidamente procuraram mangueiras nas imediações e água, porque em algumas habitações a mesma já não corria.
Apesar do material rudimentar, os militares conseguiram debelar as chamas e seguiram para outro ponto do concelho de Ourém.
As pessoas reconhecem o trabalho dos operacionais e mesmo sendo obrigadas a proteger as suas casas por falta de bombeiros, afirmavam que “eles não podem estar em todo o lado”.
“Está tudo a arder”, atestavam.
Ao longo de toda a freguesia de Urqueira, as chamas eram visíveis em quase todas as direções. Na estrada, os veículos de bombeiros corriam para todo o lado para tentar acorrer ao maior número de pessoas, ajudando a proteger os seus bens.
Num dos pontos, um camião cisterna dos bombeiros e outro do Município de Ourém, no distrito de Santarém, reabastecia as viaturas de combate a incêndios.
A população recorda anteriores incêndios que também atacaram a vila, mas confessam que este é maior.
O fumo intenso é bem visível no concelho de Leiria, a cerca de 25 quilómetros, onde a escuridão do céu faz lembrar um dia de inverno chuvoso.
Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 21h30, o incêndio mobilizava 524 operacionais, com o apoio de 158 veículos.
O alerta para o fogo foi dado às 14h40, na localidade de Carvalhal, na freguesia de Espite.
Este incêndio obrigou ao corte da circulação ferroviária na Linha do Norte, desde cerca das 18:30, indicou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém.
"O incêndio está ativo com muita intensidade. A velocidade de propagação é muito elevada, motivada por projeções a longa distância", disse na altura o CDOS de Santarém.
A tarde de hoje também ficou marcada por um acidente entre um veículo dos bombeiros, que combatia este incêndio, e um automóvel, tendo provocado três feridos ligeiros, ocupantes da viatura particular, que foram assistidos no Hospital de Leiria.