Os serviços secretos do Afeganistão confirmam que o mullah Akhtar Mansur, chefe dos talibãs afegãos, foi morto num ataque aéreo.
O ataque foi efectuado com drones das forças especiais norte-americanas numa zona remota na fronteira do Afeganistão com o Paquistão.
Mansur tinha assumido oficialmente a liderança dos talibãs afegãos em Julho de 2015, tendo sucedido ao mullah Omar.
Com a morte de Mansour, abre-se agora uma guerra pela sucessão, sendo que um dos mais bem colocados é, paradoxalmente, filho de um antigo aliado de Washington.
Sirajuddin Haqqani lidera a chamada “rede Haqqani” que integrou os Taliban há relativamente pouco tempo, mas já tem fama de ser implacável nos seus métodos, tendo introduzido a prática dos atentados suicidas no país e orquestrado muitos dos mais sangrentos atentados do passado recente no país.
Sirajuddin é filho de Jalaluddin Haqqani, um dos líderes da insurreição afegã contra os invasores soviéticos, nos anos 80. Jalaluddin era um aliado da Administração americana, chegando a ser caracterizado como “a personificação da bondade” por um congressista e tendo visitado a Casa Branca a convite de Ronald Reagan.
Não é certo que Haqqani seja escolhido para sucessor de Mansour, mas um dos seus trunfos é o facto de ter passado os últimos tempos precisamente a tentar unir as diferentes facções do grupo, que se dividiu durante a chefia do agora falecido líder.
Porém, apesar de ser muito popular e influente em algumas partes do Afeganistão, faltam apoios a Haqqani em Kandahar, considerado o berço dos Taliban, o que pode dificultar uma eventual tentativa de subir ao poder.