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A exortação apostólica do Papa não altera as normas da Igreja em relação aos católicos recasados, que actualmente não se podem confessar nem comungar, afirma o cardeal patriarca de Lisboa.
D. Manuel Clemente, que falava esta sexta-feira num encontro com os jornalistas dedicado à exortação “A Alegria do Amor”, sublinha que Francisco apela aos bispos para reforçarem o discernimento, porque nem todos os casos são iguais.
“O Papa diz: ‘Eu não vou adiantar norma nenhuma em relação a estas situações, eu quero é que tenhamos todos, ainda mais, um outro olhar’, um olhar de discernimento, de perceber que as situações não são iguais, que em termos de responsabilidade também não e que as pessoas devem ser atendidas na particularidade de cada caso.”
Sobre o facto de o documento não se referir directamente ao acesso dos recasados aos sacramentos, o cardeal patriarca de Lisboa afirma que “nestas matérias tão importante é o que se diz como o que não se diz”.
“Dentro do catálogo de assuntos a resolver e de ver no que é que eles [os recasados] podem participar mais, não vem o sacramental, práticas no âmbito litúrgico, pastoral, educativo e institucional. Não vem o sacramental. Por isso é que eu disse que a ausência da palavra 'sacramental' é muito reveladora”, afirma D. Manuel Clemente.
O patriarca faz votos para que, num próximo futuro, os bispos recebam indicações concretas do Papa para pôr em prática a exortação apostólica “A Alegria do Amor”, documento com as orientações que Francisco pretende dar à Igreja sobre a família e o casamento.
Para D. Manuel Clemente, esta exortação é um belo compêndio com importantes referências ao ensinamento da Igreja sobre a família e que reflecte bem as preocupações do Papa e dos padres sinodais.