A destruição de estruturas palestinianas pelas autoridades israelitas aumentou na Cisjordânia ocupada durante a pandemia de Covid-19, agravando a precariedade da população, alertou a ONU esta sexta-feira.
Entre março e agosto deste ano, 389 estruturas (habitações, instalações sanitárias, construções ligadas à agricultura) dos palestinianos foram destruídas ou confiscadas, uma média de 65 por mês, indicou na quinta-feira o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), sublinhando tratar-se da média mensal mais elevada dos últimos quatro anos.
Em seis meses, “442 palestinianos ficaram desalojados devido às destruições, mais expostos aos riscos ligados à pandemia”, referiu o organismo num comunicado.
“Só em agosto, 205 pessoas foram deslocadas, mais do que em qualquer mês desde janeiro de 2017”, adiantou.
Até ao meio-dia (10:00 em Lisboa) de hoje as autoridades israelitas não tinham feito comentários sobre estas informações.
Israel afirma demolir instalações por falta de licenças, que são “quase impossíveis de obter pelos palestinianos”, segundo o OCHA.
“A destruição de propriedades em território ocupado é proibida pela lei humanitária internacional, a menos que seja absolutamente necessário para operações militares”, lembrou Jamie McGoldrick, coordenador humanitário para os territórios palestinianos.
A Cisjordânia é ocupada pelo exército israelita desde 1967.
“A pandemia mundial aumentou as necessidades e a fragilidade dos palestinianos” e estas “demolições ilegais exacerbam esta fragilidade e devem parar imediatamente”, apelou McGoldrick num vídeo divulgado no ‘site’ do OCHA.
Segundo o último balanço do Ministério da Saúde palestiniano, mais de 27.100 pessoas foram infetadas pelo novo coronavírus, 188 das quais morreram.