A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) considera que a novas normas para o isolamento profilático de pessoas infetadas com Covid-19 peca por tardia e deveriam ser revistas.
Em declarações à Renascença, o diretor-geral da associação defende que o isolamento passe de sete para cinco dias.
“Parece-nos avisado que se pense nesta possibilidade de rever a norma, outra vez, porque temos casos de Espanha e de outros países e da União Europeia, dos Estados Unidos, e dentro do nosso país, a Região Autónoma da Madeira, que já tomou a iniciativa de baixar para cinco dias”, começa por apontar.
A redução, diz Gonçalo Lobo Xavier, “não põe em causa a saúde pública e também permite que as pessoas assintomáticas possam voltar rapidamente às suas funções, o que é importante do ponto de vista da sua saúde mental e é evidentemente importante do ponto de vista da operação”.
O diretor-geral da APED refere também que a diminuição dos dias de isolamento pode trazer benefícios ao abastecimento de bens essenciais.
“Nós não tivemos, até ao momento, qualquer tipo de problema na cadeia de abastecimento de bens essenciais, como também não tivemos ruturas significativas de abastecimento de outro tipo de bens no retalho especializado. No entanto, é expectável que tenhamos problemas, que os elos da cadeia sejam corrompidos e desde logo um dos mais importantes que é o transporte das próprias mercadorias”, alerta.
A partir desta quarta-feira, o período de isolamento para as pessoas assintomáticas que testam positivo ao SARS-CoV-2 e têm doença ligeira passa a ser de sete dias, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
As normas atualizadas reduzem ainda para sete dias o isolamento dos contactos de alto risco, mas alteram as definições destes contactos, que só entram em vigor na próxima segunda-feira.