Bruno de Carvalho garante que prestará declarações no âmbito do caso de Alcochete, depois de ter permanecido em silêncio na primeira sessão do julgamento no Tribunal de Monsanto. Em declarações à imprensa no final do primeiro dia de julgamento, o atual comentador desportivo diz que falará quando achar que é relevante.
"Foi um dia calmo, normal para o início de julgamento. Para quem ouviu o que foi tudo, foi tudo normal. Quando achar que é relevante, falarei, mas de certeza que vou falar durante o julgamento", começa por dizer.
A defesa de Bruno de Carvalho pediu uma reconstituição dos acontecimentos no dia para provar aos juízes que a segurança dos jogadores e equipa técnica poderia ter sido garantida.
"Aquilo que gostava de provar é que os jogadores poderiam ter sido colocados em segurança. É preciso que os juízes fiquem cientes da facilidade que era colocar todos em segurança. Quero mostrar isso, in loco, que isso era fácil. Se calhar o responsável é que tem de responder o porquê de não terem sido colocados em segurança", continua.
Bruno Jacinto, antigo oficial de ligação entre as claques e a direção, garantiu que avisou André Geraldes, na altura diretor-geral da SAD, que elementos da claque Juventude Leonina iam deslocar-se à Academia, em Alcochete. Bruno de Carvalho recordou apenas que André Geraldes, atual diretor-desportivo do Farense, "não é arguido" no caso.
Bruno Jacinto foi o único dos 43 arguidos presentes (Fernando Mendes, ex-líder da claque, justificou a ausência devido a questões de saúde) a querer prestar declarações na primeira sessão do julgamento do ataque a Alcochete, a 15 de maio de 2018, que arrancou esta segunda-feira no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
Bruno de Carvalho está acusado, como autor moral, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo, mais um crime de detenção de arma proibida agravado.