Nada na lei impede a audição do ex-secretário de Estado da Defesa no Parlamento. A convicção é do vice-presidente da Frente Cívica, no dia em que estava prevista a presença de Marco Capitão Ferreira na Comissão de Defesa.
A audição não vai acontecer, por decisão do próprio, que alega ser arguido no processo Tempestade Perfeita para não responder aos deputados.
O problema, diz João Paulo Batalha, é o facto de Capitão Ferreira já ter “sarilhos que cheguem”.
“Legalmente, nada o inibe. Aquilo que o inibe de marcar presença, digamos, é já ter sarilhos que cheguem e, portanto, querer preservar a sua posição”, diz o vice-presidente da Frente Cívica.
Nestas declarações à Renascença, João Paulo Batalha lembra que, em alternativa, deveria ser a ministra da Defesa a prestar esclarecimentos.
“Alguém tem que dar as explicações que o capitão Ferreira não vai dar e, portanto, o Ministério da Defesa tem que fazer esse trabalho”, defende.
Batalha entende que a ministra Helena Carreiras “devia tomar o lugar do secretário de Estado não para ir dizer que isto aconteceu fora do tempo dela e, portanto, não sabe nada, mas para pôr as cartas na mesa”.
Para o vice-presidente da Frente Cívica, é importante “perceber que informação é que o Ministério tem e tinha na altura sobre estes contratos suspeitos, porque é que foi permitido a uma pessoa que tinha este histórico de contratações dúbias, de consultorias estranhas ser feito secretário de Estado do atual Governo”.
“Percebendo que capitão Ferreira não se queira incriminar, um conjunto de esclarecimentos que continuam a precisar de ser dados e o Ministério da Defesa não pode simplesmente dizer que isso não é connosco e com o arguido, porque tem que haver uma responsabilização institucional”, remata.