Os candidatos presidenciais Edgar Silva e Sampaio da Nóvoa são os que prevêem mais gastos nas respectivas campanhas entre os 10 cidadãos que entregaram as assinaturas necessárias no Tribunal Constitucional (TC).
Segundo dados da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos disponibilizados esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa surge no sexto lugar em termos de despesas, enquanto Vitorino Silva, conhecido como “Tino de Rans” é o candidato com o orçamento mais baixo.
O deputado regional madeirense Edgar Silva, apoiado pelo PCP e pelo PEV, que foi padre católico mas abandonou o ministério sacerdotal para ingressar na política, tem um total de despesas previsto de 750 mil euros, cujas receitas são antecipadas através da subvenção estatal (377.750 euros) e das contribuições de comunistas, ecologistas e outros donativos (372.250 euros). O membro do comité central comunista terá como maior item de despesas a “propaganda, comunicação impressa e digital”.
O antigo reitor da Universidade de Lisboa António Sampaio da Nóvoa prevê gastar 742 mil euros, prognosticando angariar 968 mil euros, dos quais 798 mil euros provenientes da futura subvenção estatal.
Tal como Nóvoa, também Maria de Belém Roseira, ex-presidente do PS, antecipa merecer cerca de 20% dos 4.192.200 euros (10 mil vezes o indexante dos apoios sociais) orçamentados pelo Estado português para distribuir pelos diversos candidatos às presidenciais, conforme os resultados que obtiverem, acima de 5% dos votos.
Contudo, a antiga ministra da Saúde e deputada socialista calcula 650 mil euros de despesas, o grosso das quais em “comícios, espectáculos e caravanas” – menos 6.750 do que Sampaio da Nóvoa, cuja rubrica mais dispendiosa são os “custos administrativos e operacionais”.
No quarto lugar em termos de orçamento surge a eurodeputada do BE, Marisa Matias, com 454.659,50 euros de despesas - a maioria das quais em “comícios e espectáculos” –, e compensados com as receitas de subvenção estatal (308.659,50 euros) e empréstimos de bens (135.000).
Para Marcelo, chegam 157 mil euros
O empresário e militante socialista Henrique Neto prevê gastar 275 mil euros, 199 mil dos quais compensados pela futura subvenção estatal. Já Marcelo Rebelo de Sousa, apontado como favorito pelas sondagens, tem um total de despesas estimado em 157.000 euros.
O comentador político e antigo presidente social-democrata antecipa angariar 135.000 euros, 90.000 euros de subvenção estatal, e de donativos (45 mil euros), além de dádivas em espécie e empréstimo de bens. O item mais dispendioso do professor de direito é “propaganda, comunicação impressa e digital” (55 mil euros).
No sétimo e oitavo lugares no tocante a despesas previstas estão o psicólogo Jorge Sequeira e o gestor e ex-vice-presidente da Câmara do Porto Paulo de Morais, respectivamente com 123.500 euros e 93 mil. Sequeira não tem prevista qualquer receita através da subvenção estatal, confiando apenas nos donativos em dinheiro (75.500 euros) e Morais prevê ser ressarcido em 61 mil euros pelo Estado.
O médico socialista Cândido Ferreira também confia nos donativos (60 mil euros) para compensar as suas despesas totais, metade direccionada para “concepção de campanha, agências de comunicação e estudos de mercado”.
O calceteiro e ex-presidente de uma Junta de Freguesia de Penafiel Vitorino Francisco da Rocha e Silva, mais conhecido por Tino de Rans, apresentou o valor mais baixo – 50 mil euros –, 35 mil dos quais angariados através de donativos.
Em 2011, Cavaco Silva, que viria a ser reeleito Presidente da República, foi o candidato que apresentou o orçamento mais elevado – de 2,1 milhões de euros (1,5 milhões de euros de subvenção estatal), seguido de Manuel Alegre, que previu gastar 1,6 milhões, ao passo que o mais reduzido foi o de Luís Botelho Ribeiro – sete mil euros.