Número de civis mortos em Borodyanka pode ser mais alto do que em Bucha
05-04-2022 - 12:20
 • Inês Braga Sampaio com agências

"Fizeram coisas nunca vistas, nem sequer durante a ocupação Nazi", lamenta o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

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As autoridades de Kiev acreditam que o número de vítimas civis da ocupação russa pode ser superior em Borodyanka e noutras cidades libertadas do que em Bucha.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, visitou Bucha, nos arredores de Kiev, onde cerca de 400 civis terão sido mortos pelas tropas russas, e avisou que "o homicídio em massa de civis" pode ser ainda pior noutras zonas que estiveram ocupadas pelas tropas russas.

"Há informação de que o número de vítimas pode ser ainda maior em Borodyanka e noutras cidades libertadas. Em várias locais das regiões de Kiev, Chernihiv e Sumy, os invasores fizeram coisas nunca vistas, nem sequer durante a ocupação Nazi, há 80 anos", sublinhou.

A procuradora-geral da Rússia, Iryna Venediktova, também avisou que em Borodyanka, a cerca de 23 quilómetros de Bucha, o cenário pode ser mais devastador.

O presidente ucraniano fala durante a tarde desta terça-feira, pela primeira vez, na reunião do Conselho de Segurança da ONU. O encontro terá a presença de António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, e a discussão estará, sobretudo, focada no cenário que foi encontrado em Bucha.

A comunidade internacional tem reagido à denúncia das autoridades ucranianas da existência de mais de 400 cadáveres nas ruas de Bucha. A Rússia negou "categoricamente" as acusações de "massacre" e "genocídio" relacionadas com descoberta de corpos numa vala comum, civis mortos com tiros na cabeça e com as mãos presas atrás das costas.

A Rússia iniciou a invasão da Ucrânia a 24 de fevereiro, o que despertou as críticas da comunidade internacional e várias sanções a Moscovo. Pelo menos 1.430 civis morreram e 2.097 ficaram feridos durante o conflito, de acordo com as estimativas das Nações Unidas. Teme-se que o número real seja muito maior.

Mais de 4,2 milhões de ucranianos fugiram para outros países.