O Presidente da República afirmou hoje esperar que haja um acordo de consenso quanto à forma de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), tendo lembrado que todos os partidos estão de acordo quanto ao essencial.
"Há um consenso, ou seja, estão de acordo todos os partidos na Assembleia da República quanto a três pontos: que a CGD deve ser, e continuar a ser um banco português, um banco público e um banco forte. Está tudo de acordo", lembrou Marcelo Rebelo de Sousa.
"E eu espero que haja um acordo semelhante quanto ao plano para isso poder ser feito e que não haja divisões relativamente à forma de se atingirem os objectivos", observou Marcelo Rebelo de Sousa em Abrantes, à margem das cerimónias que assinalaram o centenário de elevação a cidade.
O primeiro-ministro António Costa considerou hoje que está quase concluído com a União Europeia o processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em declarações na Câmara do Comércio.
Sobre este assunto, Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda "esperar que não haja divisões, sobretudo naqueles que ao longo de muitos anos tiveram responsabilidades de Governo ou de administração ligada com a CGD".
"Portanto, não faz sentido que depois de muitos anos em que houve vários quadrantes que no Governo ou na administração da CGD influenciaram a vida da instituição, estando de acordo quanto à ideia que deve ser um banco forte, português e público, agora se dividam quanto à maneira de fazer isso", vincou.
"Pode ser que alguns considerem que isso é muito português. Mas não é bom" alertou.
A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, disse esta terça-feira que uma recapitalização pública da Caixa é "naturalmente uma prioridade", e desafiou ainda "todos os partidos políticos" a pronunciarem-se sobre a matéria.
Já o secretário-geral do PCP defende a recapitalização "acompanhada do fortalecimento da actividade" da instituição. Para Jerónimo de Sousa, a Caixa não deve existir para "tapar buracos" e sim para estar ao serviço da economia.