Incêndio controlado em Chaves. Fogo de Murça continua a preocupar
19-07-2022 - 08:52
 • Olímpia Mairos , com redação

Os incêndios que lavram nos concelhos de Murça e Chaves são os que mobilizavam mais meios, com quase 800 operacionais no terreno, apoiados por mais de 270 meios terrestres e oito meios aéreos.

Já está controlado o grande incêndio que fustigou o concelho de Chaves. O fogo que deflagrou em Bustelo estava ativo desde a passada sexta-feira e foi controlado nas últimas horas.

Este incêndio teve uma reativação na segunda-feira, passando para território espanhol, segundo avançou o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Vila Real.

De acordo com o presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, a madrugada desta terça-feira “foi ocupada para fazer um conjunto de ações designadamente de contenção, por utilização de máquinas de rasto e também para extinção de alguns reacendimentos. E neste momento a situação tem a ver com o fogo estar controlado, não estando ainda extinto”.

Segundo o autarca, “nenhuma das aldeias que foi lambida, digamos assim, pelo incêndio” se encontra atualmente ameaçada.

“Felizmente, não temos ninguém fora das suas habitações nem está retirado, portanto, estão todos nas suas habitações e, neste momento, com tranquilidade”, acrescenta.

No local continuam mais de 155 operacionais da proteção civil.

Murça continua a preocupar

Já em Murça, mais de 630 operacionais e oito meios aéreos continuam a combater as chamas que deflagraram no domingo à tarde e ontem se estenderam aos vizinhos concelhos de Vila Pouca de Aguiar.

De acordo com informação disponível às 10h00 no ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estão mobilizados para o incêndio que deflagrou em Cortinhas, no concelho de Murça, 637 operacionais, 219 meios terrestres e oito meios aéreos.

O fogo continuar a ameaçar algumas habitações. Na segunda-feira, segundo o presidente da autarquia, Mário Artur Lopes, foram retiradas 300 pessoas de várias aldeias que estão a receber apoio social e psicológico.

“Neste momento temos vários aldeias evacuadas. No centro da vila temos espaço que é o pavilhão gimnodesportivo onde acolhemos as pessoas que evacuamos das diversas aldeias. As pessoas mais velhas e mais novas que precisaram de um sítio onde ficar”, conta.

À Renascença, o presidente da autarquia diz que as pessoas “estão um bocadinho preocupadas e traumatizadas, mas com técnicos da segurança social, do município, na área da psicologia, em todas as áreas e mais algumas”.

“Criou-se um movimento solidário. Muita gente que colaborou. Foram realmente momentos para contrapor a situação dramática dos incêndios, que nos podem orgulhar muito. E, neste momento, acreditamos que possa ser menos traumático do que foi dia de segunda-feira”, acrescenta.

Na segunda-feira, um casal de idosos foi encontrado morto, dentro de um carro carbonizado, numa área ardida, uma situação que aconteceu na única estrada de acesso à aldeia de Penabeice, concelho de Murça, e que está a ser investigada pela GNR.

Também nesta ocorrência, mas já do lado de Vila Pouca de Aguiar, uma viatura pesada de combate a incêndios da GNR foi atingida pelas chamas, tendo os militares saído ilesos.

O Governo decide esta terça-feira se prolonga a situação de alerta devido ao risco de incêndio rural, que termina às 23:59, ou se volta a ativar a contingência, que esteve em vigor até domingo durante sete dias.

Na última semana, o país enfrentou temperaturas elevadas e o dia mais quente foi 13 de julho, em que quase todos os distritos estiveram sob aviso vermelho, o mais grave emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Também foi a 13 de julho que a ANEPC registou o maior número de incêndios rurais este ano, num total de 193.

[notícia atualizada às 10h20]