A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusa o primeiro-ministro, António Costa, de romper as pontes de diálogo e de matar a “geringonça” por uma “obsessão pela maioria absoluta”.
"Tivesse o governo aceitado a proposta de Arnaut e Semedo para a exclusividade das profissões da saúde, tivesse concretizado que o próprio PS já defendeu para as pensões antecipadas ou para as indemnizações por despedimento e teria o acordo do Bloco", disse Catarina Martins, esta quarta-feira, na reta final do debate da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (2022).
Em vez de um acordo, a líder do BE considera que António Costa “preferiu abrir uma crise política, rompeu todas as pontes”.
“Recusou todas as propostas e preferiu ontem voltar ao infeliz discurso da campanha autárquica, prometendo milhões para todo o lado, embalado para eleições antecipadas", sublinhou.
Catarina Martins defende um “caminho de compromisso”, como aconteceu com a criação da chamada “geringonça”.
“Fizemos um contrato para quatro anos, um acordo escrito, que o primeiro-ministro dispensou nesta legislatura. Trabalhámos durante meses sobre cada orçamento, cumpriu-se o que se prometeu, nada do que agora se viu", critica Catarina Martins.
"A geringonça foi morta pela obsessão pela maioria absoluta, pela recusa das finanças de dar ao SNS carreiras profissionais, condições de contratação e investimentos planeados, pela intransigência que mantém a troika nas leis laborais", diz a líder do Bloco, que vai votar contra o OE2022.