Chega exige acordo de governo nos Açores, PCP acaba com "mentira" sobre impostos
09-02-2024 - 22:59
 • Manuela Pires , com redação

André Ventura exige acordo de governos nos Açores, Paulo Raimundo desmente que o PCP não paga impostos e defende aumentos de pensões à custa de cortes nos benefícios fiscais para os grandes grupos económicos.

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O presidente do Chega, André Ventura, diz que só viabiliza um governo nos Açores se houver um acordo de governo com o PSD. A garantia foi deixada esta sexta-feira no debate, na CNN, com o candidato da CDU, Paulo Raimundo.

"Espero que o PSD tenha aprendido a lição. Na noite das eleições dos Açores, o José Manuel Bolieiro foi à televisão dizer que o PS tinha agora a sua responsabilidades. Por outras palavras, pôr-se ao colo do PS. Hoje teve a resposta", declarou André Ventura.

O deputado avisa o PSD que o Chega é a boia de salvação para viabilizar um governo de direita nos Açores.

"O PSD ou tem o Chega para inviabilizar ou não tem ninguém. Espero que tenham aprendido a lição. Nós não nos vamos juntar ao PS, sempre dissemos que estamos disponíveis para um acordo com o PSD. Estamos a dizer ao PSD, agora, que ou há um acordo de governo ou não há ", sublinha.

Dos impostos dos partidos às pensões

No debate desta sexta-feira à noite André Ventura quis controlar toda a discussão e lançou várias acusações a Paulo Raimundo, nomeadamente que o PCP não paga impostos.

O secretário-geral do PCP e cabeça de lista da coligação CDU respondeu, acusando André Ventura de estar a mentir.

"Eu digo para ficar claro nunca mais haver essa mentira. O PCP pagou de impostos em 2022 mais de 450 mil euros. E da Festa do Avante, que é outra mentira que anda a circular por aí, pagou 490 mil de impostos. Você não disse é quando o Chega paga de impostos", atirou Paulo Raimundo, que ficou sem resposta.

Outro tema do debate foi o aumento de pensões. André Ventura insiste em aumentar as pensões até ao valor do salário mínimo nacional e até apresentou um valor da medida: entre 7 a 9 mil milhões de euros.

"Nós estimamos um aumento de despesa em seis anos de 7%, face ao PIB deste ano. Estamos a falar de um custo de 7 a 9 mil milhões em seis anos. Defendemos um aumento progressivo das pensões, primeiro para o aumento do IAS [Indexante dos Apoios Sociais] e depois para o salário mínimo", explicou o líder do Chega.

Já Paulo Raimundo, do PCP, defende um aumento imediato de 70 euros para todas as reformas. A media custa 1.600 milhões de euros no Orçamento do Estado.

"Curiosamente, é o mesmo valor que está destinado em benefícios fiscais para os grandes grupos económicos. Está a ver onde se vai pagar [a medida]. É uma questão de fazer opções". concluiu o líder comunista.

As eleições legislativas antecipadas estão marcadas para 10 de março.