O presidente da Câmara do Porto afirmou hoje que o centro comercial Stop não tem "condições de segurança e salubridade" para se manter em funcionamento, estando a autarquia disponível a acolher os músicos em dois pisos do Silo Auto.
"O Stop não pode funcionar como está. Não tem hoje as condições necessárias de segurança e salubridade. Este assunto tem sido denunciado à câmara por inúmeras pessoas. Não vamos assumir a responsabilidade civil e criminal de manter em funcionamento uma coisa que os próprios [músicos] dizem que não pode funcionar", afirmou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
Na sequência de uma proposta apresentada pela CDU na reunião do executivo, o autarca independente adiantou que o projeto de arquitetura do projeto de licenciamento "está aprovado".
"Será que as obras [no Stop] vão ser concretizadas? Sinceramente não sei e duvido", afirmou Rui Moreira.
Aos vereadores, o presidente da câmara revelou também que foi proposto à associação dos músicos do Stop e à administração do condomínio a ocupação dos andares superiores do Silo Auto.
"Disseram-nos que não queriam, que não lhes interessava porque querem continuar no Stop", adiantou Rui Moreira, dizendo que o município poderia, nos dois últimos andares do Silo Auto, criar um espaço de partilha em modelo de "open space" para os músicos.
A proposta da CDU lembra que o centro comercial STOP, situado na Rua do Heroísmo, funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e que diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas.
"O espaço cultural que atualmente o STOP é, com mais de 500 utilizadores, sendo que mais de 90% são músicos, constitui uma mais-valia para o Porto", refere a vereadora na proposta.
De acordo com uma notícia de finais de outubro de o Jornal de Notícias (JN), o centro comercial Stop "tem problemas estruturais, que "comprometem a segurança do edifício e de quem o frequenta", segundo um diagnóstico feito pela autarquia.
A Câmara do Porto deu um prazo para "apresentação do projeto de especialidades no processo de licenciamento", tendo em vista a resolução daqueles problemas, referiu o diário, acrescentando que os músicos que ocupam a maior parte das salas temem o encerramento.