Em defesa da serenidade, a ministra Helena Carreiras anunciou esta sexta-feira uma reestruturação orgânica da Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional, para reduzir os riscos gerados pela fusão até agora de duas direções gerais.
“Acredito que a fusão realizada no passado entre duas grandes direções-gerais, a de Pessoal e Recrutamento Militar e a de Armamento e Infraestruturas de Defesa, representou uma enorme sobrecarga para os recursos humanos, concentrou em poucos os poderes de direção e criou riscos que importa mitigar”, disse Helena Carreiras, na Comissão Parlamentar de Defesa.
A ministra da Defesa apela à serenidade, rejeita julgamentos sumários, mas promete escrutinar o que houver a escrutinar e atuar perante eventuais desvios.
Helena Carreiras disse aos deputados que é a primeira a querer o “apuramento factual da verdade, a bem da Defesa Nacional e de todos os que a representam”.
“Compete-nos zelar pelo regular funcionamento das instituições, escrutinar o que houver a escrutinar e atuar quando identificados eventuais desvios”, declarou.
“Apelo à serenidade, à rejeição de generalizações que ferem a imagem e a credibilidade da Defesa Nacional. Rejeitemos julgamentos sumários e discursos que provocam involuntariamente a erosão das instituições”, sublinhou Helena Carreiras, na audição parlamentar na Comissão de Defesa ao lado do seu antecessor na pasta, João Gomes Cravinho.
O atual ministro dos Negócios Estrangeiros desmente ter participado na decisão de contratar Marco Capitão Ferreira ou de conhecer os termos do contrato para uma assessoria ao Ministério da Defesa, em 2019, por 61 mil euros.
“A decisão de contratar foi, única e exclusivamente, da DGRDN [Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional] e do seu diretor-geral, assim como os termos do contrato, seja a duração ou o valor, são da exclusiva responsabilidade do diretor-geral e do professor Marco Capitão Ferreira”, declarou João Gomes Cravinho.