“Uma chamada a todos os futuros astronautas” – assim é anunciada a abertura das candidaturas a novos viajantes do espaço pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

A agência europeia pretende recrutar entre quatro e seis astronautas de carácter permanente e 20 para ficarem de reserva. Em carteira estão viagens à Lua ou mesmo a Marte.

“Tornar-se um astronauta da ESA não é uma tarefa fácil, mas a única maneira de perder a seleção é não se inscrever”, lê-se no site.

“Talvez haja uma em mil pessoas que será escolhida, mas há uma num milhão que se candidatará. Então, por favor, por favor – inscreva-se, inscreva-se, inscreva-se”, diz Thomas Pesquet, um astronauto recrutado em 2009.

A avaliar pela última vez que foi aberto concurso, há mais de dez anos, os candidatos serão mesmo muitos. Nessa altura, foram mais de 8.400 candidatos, entre os quais pouco mais de 200 portugueses.

Se pensa candidatar-se, veja se cumpre estes requisitos:

- Pelo menos um mestrado e experiência de três anos nas áreas das ciências naturais, medicina, engenharia, matemática ou ciências computacionais

- Ser fluente em inglês e conhecer outras línguas não nativas

- Forte motivação

- Capacidade de enfrentar horários irregulares de trabalho, frequentes viagens e longas ausências de casa

- Ter calma sob pressão e vontade para participar em experiências científicas

- Ter até 50 anos.

As candidaturas estão abertas até 28 de maio, aqui. Os selecionados serão anunciados em outubro de 2022.

Projeto Piloto com parastronauta

Em paralelo ao concurso ordinário de recrutamento, a ESA lança um projeto piloto que prevê a escolha do “primeiro astronauta com algum nível de deficiência”, como anunciou em fevereiro.

O projeto piloto dará oportunidade de seguir uma carreira de astronauta "a uma parte da sociedade que foi até agora excluída do voo espacial", sublinhou a organização, acrescentando ser a primeira vez na história que uma agência espacial assume um projeto inclusivo desta magnitude.

A campanha de recrutamento de astronautas faz parte de uma estratégia mais abrangente da ESA, que visa mostrar "um número elevado de oportunidades de trabalho" dentro da organização.

De acordo com o anunciado no início de fevereiro, o objetivo é recrutar cerca de 100 pessoas por ano, durante os próximos dez anos.

A ESA espera ainda atrair mais mulheres para a função. Em 2009, foram aceites 1.430 candidatas.