Um português a auferir o salário líquido médio (1.200 euros) em Portugal gasta 8% do seu vencimento mensal a encher um depósito de 50 litros de gasóleo ou de gasolina (95,85 euros e 90,6 euros, respetivamente) face ao aumento do preço dos combustíveis por causa da invasão russa na Ucrânia.
Segundo as contas avançadas pelo Jornal de Notícias, apesar da subida internacional do barril de petróleo, nem todos os países da UE sofrem de igual modo este agravamento. Só oito países mais pobres europeus apresentam uma taxa de esforço superior para atestar.
No Chipre, Malta e Eslovénia, países com um salário líquido médio semelhante ao de Portugal, têm taxas de esforço de 4% (primeiros dois) e 6%, respetivamente. Caso se faça o cálculo com o salário mínimo (705 euros brutos), a taxa de esforço em Portugal sobe para os 12,5%.
Segundo o jornal, a estrutura de impostos na Europa explica parte deste esforço: Portugal é o 6.º país com maior carga fiscal na gasolina, a seguir à Holanda, Itália, Grécia, França e Finlândia. Nestes países encher o depósito custa entre 3% e 5% do salário médio.
No gasóleo, somos o 5.º com maior imposto, só atrás da Itália, França, Bélgica e Irlanda, onde encher o depósito leva entre 3% e 5% do salário médio.
O preço por litro do gasóleo deverá subir esta semana 13,6 cêntimos e o da gasolina 9,3 cêntimos, segundo contas feitas pela agência Lusa com base nos números fornecidos pelo Governo para a redução do ISP.
Tendo em conta que na sexta-feira, segundo o boletim diário da ENSE - Entidade Nacional para o Setor Energético, o preço médio de venda ao público (PVP) era de 1,976 euros/litro na gasolina 95 simples, o preço nas bombas subirá para 2,069 euros e o do gasóleo simples baterá os dois euros (2,026 euros/litro), tendo em conta que na sexta-feira o PVP era de 1,89 euros/litro.