O juiz presidente da Irmandade dos Clérigos, padre Manuel Fernando, lamenta que, num mundo global, todos sofram "com os ataques à soberania à dignidade e à paz que todos desejamos”. A ideia foi expressa antes do início do concerto solidário que se realizou esta sexta-feira, no varandim da Torre dos Clérigos, para assinalar um ano do início da guerra na Ucrânia.
Na sua mensagem antes do evento, protagonizado pela carrilhonista polaca Anna Kasprzycka, o sacerdote manifestou proximidade e garantiu que o propósito é “sobretudo ajudar a que a paz aconteça na Ucrânia, porque acontecendo na Ucrânia também acontece nos nossos corações”.
O padre Manuel Fernando explicou que “a irmandade dos Clérigos quer associar-se a este momento triste, mas solene para vincar o que é o fundamental da nossa vida: a solidariedade humana para com aqueles que sofrem”. “É uma mensagem de todos, não apenas o sentido religioso e espiritual. É também essa dimensão que abraça a vida toda no qual a Irmandade quer manifestar o seu apoio ao povo ucraniano, neste gesto tão simbólico”, reforçou.
O juiz presidente da Irmandade lembrou a celebração do dia da Europa a 9 de Maio do ano passado como um outro momento de plena solidariedade para com a Ucrânia e assegurou que as escadas dos Clérigos “são também o lugar onde erguemos a bandeira da paz, neste caso a bandeira azul e amarela”, da Ucrânia.
“Pedimos que este seja o último ano onde recordamos esse momento triste de uma guerra na Europa”, disse.
O concerto solidário no varandim dos Clérigos contou com a presença da cônsul da Ucrânia no Porto. Alina Ponomarenko agradeceu a iniciativa e referiu que “o mundo está mais uma vez diante de um regime que pretende à força a revisão das fronteiras; um regime totalitário que se quer impor aos restantes”.
De acordo com a cônsul ucraniana “o objetivo da agressão russa não é apenas a conquista de territórios, mas também a destruição da nossa identidade nacional; o genocídio do povo ucraniano”, porque “o Estado russo e a sua ideologia negam oficialmente a existência dos ucranianos como Nação”.
Em representação do presidente da Câmara do Porto, a vereadora Catarina Araújo falou do “dever de estar junto do povo que luta pela liberdade, porque simbolicamente nesta luta todos nos revemos”.