O economista João Duque considera que Portugal não deve fazer uso da folga que Bruxelas decidiu dar por mais um ano sobre as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento.
"Devemos esquecer um bocadinho essa derrogação de critérios para nos focarmos naquilo que temos de fazer", diz o comentador no espaço de opinião do programa "Três da Manhã".
João Duque reconhece que este alívio "vai facilitar a vida aos governos, mas aconselha "muita cautela para aqueles que estão muito endividados, como é o caso de países como Portugal".
"Nós fizemos um percurso para eliminar um dos problemas que era o défice, mas temos um problema ainda muito forte que é o problema da dívida", reforçando que é "um problema muito grande que deve ser controlado".
O comentador olhou ainda para oranking feito pelo "Financial Times" que colocou quatro escolas portuguesas de gestão entre as 50 melhores do mundo, entre as quais o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), onde João Duque é professor.
Duque considera que a chave para este sucesso dos estabelecimentos de ensino é a "boa competição" entre si. Questionado sobre porque é que, apesar da qualidade dos gestores, as empresas portuguesas são muitas apontadas como pouco produtivas, João Duque explica que "Portugal é um país que não tem capital", essencial "para comprar equipamento, para fazer boas instalações, para comprar boas máquinas, para se estar à frente da investigação".
"Sem ovos não se faz boas omeletes, por muito bom que seja o cozinheiro", remata o economista.