A religiosa Irene Guia, responsável pelos projectos do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) no distrito de Dohuk, Curdistão iraquiano, disse que o fim do autodenominado Estado Islâmico (ou Daesh) não deve levar a um “Daesh 2.0”.
“A maneira como isto for feito vai provocar ou não um Daesh 2.0. Este que conhecemos tem os dias contados, dizem aqui”, referiu a irmã Irene Guia à Agência Ecclesia.
“Qualquer solução que derive do medo, provoca violência e agressão e essa é uma decisão erradíssima”, alertou alguns dias após o início da tomada de Mossul pelas tropas do Curdistão Iraquiano e do Iraque, através de uma aliança inédita.
Nestas declarações, a partir de Dohuk, Irene Guia disse acreditar que o povo que hoje está a ser alvo de guerras e de extermínios, vai “renascer das cinzas”, lembrando que esta a cultura mais antiga à face da terra.
A irmã Irene Guia disse, a partir do Curdistão Iraquiano, que a conquista de Mossul vai ser demorada e pode provocar até um milhão de novos deslocados na região.
“Os campos que estão preparados de longe chegam para acolher as populações que se pensa que venham fugir”, referiu.
Os projectos do JRS coordenados pela religiosa no distrito de Dohuk, tem dois objectivos: “a cura e construção do futuro”.
Para a Irmã Irene Guia, não bastam “cuidados paliativos”, mas é necessário “dar esperança” a todos os povos da região e “promover a preparação para um futuro melhor” porque a maioria “quer regressar a casa”.