O presidente do PSD, Luís Montenegro, disse esta terça-feira ser contra a criação de uma nova taxa sobre os lucros extraordinários em setores como a banca ou as energéticas, considerando que as empresas em Portugal “já pagam muitos impostos”.
Luís Montenegro participou num encontro organizado pela Caixa Geral de Depósitos, em Oeiras, onde teve uma conversa de mais de meia hora sobre "Desafios Económicos do País" com a diretora do Jornal de Negócios, Diana Ramos, onde foi questionado sobre este tema.
“Era se calhar muito mais popular, e demagógico, dizer que se deviam taxar estes rendimentos excecionais, mas infelizmente vivemos num país onde todas as empresas já pagam muitos impostos, como o IRC, a derrama estadual, derrama local, e, no caso do setor energético, uma contribuição extraordinária suplementar que no Orçamento deste ano será de 125 milhões de euros”, referiu Montenegro, quer no encontro, quer, no final, em declarações aos jornalistas.
Para o presidente do PSD, “não há justificação para criar mais impostos e será um sinal incorreto aos que investem no setor da energia em Portugal”
“Havendo lucros superiores haverá também uma arrecadação de impostos superior”, frisou.
Depois de a Galp ter anunciado na segunda-feira lucros de 420 milhões de euros no primeiro semestre, BE e PCP desafiaram o Governo a avançar com uma taxa sobre lucros extraordinários.
Em abril, o ex-presidente do PSD, Rui Rio, tinha dito concordar com a possibilidade avançada pelo ministro da Economia de taxar lucros conjunturais que podem acontecer em alguns setores devido ao contexto de guerra na Ucrânia, e com a qual o executivo não chegou a avançar por enquanto.
“Se a ideia é que os lucros decorrentes da situação conjuntural que vivemos, que esse adicional de lucro seja taxado adicionalmente, concordo”, ressalvou então Rio, dizendo que se tal se pode aplicar quer à pandemia de covid-19 quer às consequências da guerra da Ucrânia.
Questionado sobre esta posição de Rui Rio, Luís Montenegro ressalvou que “o PSD nunca teve essa opinião em termos finais”.