O coordenador Nacional da Pastoral Penitenciária admite que as “situações limite de pandemia, ou aquela como estamos a viver de guerra deixa sempre gente para trás”.
O padre José Luís Costa afirma que “agora o desafio e responsabilidade é fazer como o Bom Pastor e voltar atrás naquilo que é possível e procurar os que ficaram esquecidos”.
O também capelão no Estabelecimento Prisional de Caxias e no Hospital Prisional de São João de Deus, sublinha que “no último ano houve momentos de ausência, na maior parte das vezes relacionados com os surtos”, mas afirma que “se começou gradualmente a fazer-se presença dentro dos estabelecimentos prisionais”. Contudo “na maior parte dos casos não se conseguiu regressar a uma normalidade que estava adquirida, porque as presenças eram muitas vezes modeladas pelas circunstâncias, e obviamente também eram feitas de acordo com as disponibilidades de espaço e de recursos que tinham” os estabelecimentos prisionais.
O sacerdote deixa esta ideia na Renascença, no momento em que a pastoral penitenciária realiza o seu Encontro Nacional em Fátima. Defende, por outro lado que é necessário que a pastoral penitenciária também faça o seu sínodo.
Lembrando que “a ideia do encontro deste ano é a necessidade de sermos dóceis aos sinais que a Igreja Universal apresenta”, o coordenador revela que “vamos também nós fazer o nosso sínodo porque o Espírito Santo também habita dentro das nossas cadeias” e “porque o Santo Padre no desafio que nos fez do exercício deste sínodo ele pediu-nos expressamente que fossemos às margens, às periferias existenciais, aos pobres”.
“E obviamente que na nossa cultura ocidental e no nosso contexto de Estado de Direito não são todos os últimos dos últimos, mas uma fatia bem clara dos últimos dos últimos, são de facto, os reclusos, os 12 mil reclusos que temos em situação de privação de liberdade”, reforça.
O Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária decorre até sábado, em Fátima, e tem como tema principal: “Eu sou o caminho! Comunhão, Participação e Missão”.