“É totalmente falso que tenha tido conhecimento de qualquer encobrimento neste processo. É o que tenho a dizer”, afirmou o ministro da Defesa aos jornalistas portugueses, esta quinta-feira, em Bruxelas.
Azeredo Lopes reage, assim, à notícia avançada pelo “Expresso”, segundo a qual o major Vasco Brazão, ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar, afirmou ontem ao juiz de instrução que o ministro da Defesa sabia da encenação montada na Chamusca para a recuperação do material militar furtado.
Segundo o jornal, foi o próprio Vasco Brazão que deu conhecimento ao ministro Azeredo Lopes, juntamente com o seu diretor, coronel Luís Vieira, da encenação montada em conjunto com a GNR de Loulé.
“Nem sequer sei se estas declarações foram proferidas”, ressalva o ministro, que nas suas declarações reafirmou várias vezes negar “categoricamente” saber “de qualquer facto de encobrimento no processo da descoberta do material de Tancos”.
“Soube deste encobrimento como todos os portugueses, na altura em que a Polícia Judiciária tomou a iniciativa que é do conhecimento público”, garante.
Salientando tratar-se de “uma matéria que está em segredo de justiça”, Azeredo Lopes não se quis alongar muito mais, afirmando mesmo que “não vou comentar declarações de uma pessoa que não conheço”.
Esta está a ser uma quinta-feira agitada no que respeita ao processo de Tancos, com a notícia avançada pelo jornal “Expresso” sobre as declarações do major Vasco Brazão. Seguiu-se uma reação, ao mesmo jornal, do primeiro-ministro, com António Costa a defender o seu ministro.
“Conheço o que de modo inequívoco o ministro da Defesa Nacional já declarou em público e que não suscita qualquer quebra de confiança”, afirmou, sublinhando que os depoimentos dos implicados estarão “em segredo de justiça”.
“Desconheço em absoluto o que tenha sido dito por qualquer pessoa em qualquer depoimento”, rematou.