Sociedade Portuguesa de Virologia diz não ser necessário "agravar" as medidas restritivas
29-11-2021 - 18:46
 • Henrique Cunha

O presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia diz que as variantes Delta e Ómicron "são mais um motivo para ser vacinado quem não foi e ser vacinado na altura certa quem o tem que fazer”. Paulo Paixão diz que o Instituto Ricardo Jorge "dá uma resposta rápida" e, sobretudo se for um caso de elevada suspeição, "darão prioridade" aos mesmos

O Presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia, Paulo Paixão entende não ser necessário agravar as medidas restritivas.

Em entrevista à Renascença, o especialista diz que é necessário manter os atuais mecanismos de proteção e continuar a incrementar a vacinação:

"Eu estou de máscara e se eu estiver de máscara esteja com uma variante Delta, ou com uma outra variante mais transmissível o vírus não vai passar pela máscara com mais facilidade. Agora, se eu adotar os cuidados normais seja para a Alfa, como é para a Delta, ou alguma SUB variante ou como é agora para a nova variante. Os mecanismos de proteção são idênticos", indica.

"Primeiro temos de confirmar se realmente ela é mais transmissível, mas a base é sempre essa. A necessidade de vacinação e de revacinação é idêntica. Nós neste momento temos, em Portugal, o problema Delta, não é o problema ómicron", acrescenta.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia diz que estes problemas "são mais um motivo para ser vacinado quem não foi e ser vacinado na altura certa quem o tem que fazer”.

Vacinar e continuar a usar máscara para evitar cadeias de transmissão, resume Paulo Paixão.

"Se esta variante for mais transmissível, vai-se começar a disseminar"

O Presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia afirma mesmo que esta variante for mais transmissível "vamos ver nas próximas duas a três rapidamente os casos a multiplicarem-se na Europa:

"Vamos por isto de forma muita clara: Se esta variante for efetivamente mais transmissível que a Delta a resposta à sua questão é sim. Facilmente vai-se começar a disseminar. Seja por aqui, seja por outro local qualquer. Como nós sabemos já estão a aparecer vários casos na Europa e se esta variante for de facto mais transmissível vamos ver nas próximas duas a três semanas rapidamente os casos multiplicarem-se na Europa", considera.

Paulo Paixão diz que o Instituto Ricardo Jorge "dá uma resposta rápida" e, sobretudo se for um caso de elevada suspeição, "darão prioridade" aos mesmos

"Não é por causa da vigilância a nível nacional e da vigilância destas variantes que estou preocupado, porque a nossa resposta é boa. A nossa preocupação é mesmo com o vírus em si”, pensa.