O Governo francês disse esta quinta-feira que teme "muita violência" em Paris no próximo sábado, dia em que o movimento dos "coletes amarelos" vai sair novamente às ruas.
Depois de três semanas de manifestações, marcadas por picos de violência e caos nas ruas da capital francesa no fim-de-semana passado, o Governo de Emmanuel Macron anunciou que ia suspender por seis meses a taxa sobre os combustíveis que esteve na base dos primeiros protestos dos "coletes amarelos".
Na sequência desse anúncio, a premiada jornalista franco-argelina Nabila Ramdani, que acompanhou vários destes protestos nas últimas semanas, citou um dos "coletes amarelos" a criticar as "migalhas" dadas pelo Governo francês e a garantir que as manifestações "estão só a começar".
A BBC aponta que, apesar da retirada da sobretaxa dos combustíveis do Orçamento do Estado para 2019, muitos cidadãos continuam descontentes e pretendem continuar a mobilizar-se contra o Governo.
Esta quinta-feira, mais de 140 pessoas foram detidas num único protesto em Mantes-la-Jolie, na cidade de Yvelines, em que os manifestantes e a polícia se confrontaram frente a uma escola. O protesto foi convocado para contestar uma proposta governamental de reforma do sistema escolar. Dezenas de outras escolas foram bloqueadas por outros protestos em cidades como Marselha e Paris.
Para o próximo sábado está convocada para a capital francesa uma nova manifestação dos "coletes amarelos". Segundo vários media europeus, haverá protestos semelhantes de movimentos solidários em pelo menos duas cidades: Amesterdão, na Holanda, e Bruxelas, na Bélgica.
A polícia de Paris já pediu aos proprietários de lojas nos Campos Elísios, a principal avenida da capital francesa, que não operem este sábado por causa dos protestos previstos.