Partido Livre. Haver ou não dissolução está nas mãos do Governo
14-07-2023 - 16:55
 • Lusa

Rui Tavares, porta-voz do Livre, considera que o primeiro-ministro falhou a promessa de governar de forma dialogante.

Rui Tavares, porta-voz do Livre, considerou esta sexta-feira que haver ou não dissolução do parlamento está nas mãos do Governo e do primeiro-ministro, António Costa, que acusou de falhar a promessa de ser dialogante mesmo com maioria absoluta.

Rui Tavares falava aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, no fim de uma reunião de uma delegação do Livre com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que iniciou esta sexta-feira uma ronda de audiências aos partidos com assento parlamentar.

Na sua declaração inicial, o dirigente e deputado único do Livre sustentou que tem havido nos últimos meses "uma clara degradação das condições de trabalho entre órgãos de soberania" e defendeu que "a saída é pelo parlamento", através de mais diálogo por parte da maioria do PS.

Interrogado se considera que foi entretanto afastada uma crise política, Rui Tavares respondeu: "Não é o Livre que tem na mão haver uma dissolução ou não. Na verdade, quem tem na mão haver uma dissolução ou não é o próprio Governo e o senhor primeiro-ministro, pelo tipo de liderança e de coordenação que imprimir ou deixar de imprimir ao Governo".

"Nós achamos que o Governo deve governar, deve governar como prometeu, de forma dialogante, e que se o fizer em diálogo com o parlamento evitaremos uma crise política, em que o país pode estar a saltar, como se costuma dizer, de forma coloquial, da frigideira para o fogo ou seja, para uma situação de incerteza", acrescentou.

O deputado do Livre alertou para "a possibilidade de uma maioria de direita com a extrema-direita", um cenário em relação ao qual disse ver abertura por parte da "direita mais tradicional" em Portugal, "por muito que tente às vezes evitar o assunto".

Segundo Rui Tavares, "o Livre existe para evitar esse cenário e para dar alternativas de uma governação de progresso, no quadro europeu, responsável ecologicamente, e democrática", e para isso "não pode e não deve continuar a ser um partido pequeno".