A ilha de La Palma (Canárias) voltou a registar, nesta sexta-feira, no município de Mazo, um sismo de 4,5 graus – a maior magnitude desde a erupção do vulcão, há quase um mês.
O tremor de terra, localizado a uma profundidade de 36 quilómetros e registado às 7h02, tem a mesma magnitude que o registado na quinta-feira, na mesma zona e a uma profundidade semelhante, de acordo com o Instituto Geográfico Nacional espanhol (IGN).
Os dois sismos foram sentidos com maior ou menor intensidade em praticamente toda a ilha de La Palma, segundo a agência Efe.
De acordo com a escala de Richter, um sismo com esta magnitude é considerado "ligeiro" e tem como características o "tremor notório de objetos no interior de habitações, ruídos de choque entre objetos", mas apesar de ser "significativo", são improváveis "danos importantes".
Hoje foram já registados um total de 25 sismos em La Palma, todos com magnitudes de entre 2,2 e 3, exceto no caso do de 4,5 graus.
Vulcão debaixo de olho
Por outro lado, os serviços de emergência continuam a supervisionar as últimas erupções do vulcão Cumbre Vieja na ilha de La Palma, que os geólogos descrevem por vezes como um verdadeiro tsunami de lava.
O Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan) descreve na sua conta na rede social Twitter uma das erupções de lava ocorrido na tarde de quinta-feira como sendo "impressionante", devido à velocidade do magma que jorrou do vulcão naquele momento.
O último relatório de situação do Departamento de Segurança Nacional espanhola (DSN), publicado nesta sexta-feira às 6h00, observa que a erupção continua a comportar-se como um mecanismo estromboliano: com fases explosivas e efusivas.
O documento informa que existem dois grandes fluxos de lava, o primeiro dos quais, com pouco fluxo de lava atualmente, tem três braços: dois ao sul da montanha de Todoque (um dos quais formou o delta da lava ao cair nas águas do oceano) e um terceiro localizado acima da montanha.
O segundo, o que mais preocupa as autoridades e investigadores neste momento, está a norte do fluxo original (primeiro) e move-se na direção noroeste com dois prolongamentos: um que é muito intenso e tem um longo caminho, e outro que na quinta-feira atravessou diagonalmente o polo industrial no distrito de La Laguna.
A evolução deste último obrigou à retirada de 300 pessoas nas últimas horas, elevando o número total de pessoas retiradas desde o início da erupção para 6.800, segundo as autoridades.
Garantir apoio à população
Relativamente à sismicidade, o DSN observa que, embora tenha sido detetado um aumento (24 sismos durante as primeiras horas da manhã desta sexta-feira), "não está a ser registada nenhuma sismicidade significativa à superfície".
A qualidade do ar é "razoavelmente boa" e até agora o aeroporto de La Palma permanece aberto e operacional.
Segundo a Efe, um petroleiro com uma capacidade de 7.500 metros cúbicos, atracou esta quinta-feira no porto de Tazacorte, na ilha de La Palma.
O objetivo da embarcação, juntamente com duas dessalinizadoras portáteis a serem instaladas em Puerto Naos, é fornecer água de irrigação para as áreas cultivadas, principalmente plantações de bananeiras, que ficaram sem abastecimento quando a lava do vulcão La Palma partiu a conduta que as abastecia.
A ideia é garantir a manutenção e sobrevivência das plantações, para além da produção atual, que também estão a ser afetadas pelas cinzas do vulcão.
Por outro lado, o Ministério Regional da Educação, Universidades, Cultura e Desporto do Governo das Canárias anunciou que na próxima segunda-feira, 18 de outubro, as aulas serão retomadas nos centros educativos dos municípios de Los Llanos de Aridane, El Paso e Tazacorte, uma medida que afeta 4.606 estudantes e 583 professores.