A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) está a lançar um pedido de ajuda de emergência para os cristãos de Cabo Delgado, em Moçambique.
No boletim que está a fazer chegar, por estes dias, a casa de milhares de portugueses, a fundação pontifícia apela à solidariedade para com a Diocese de Pemba, para com as populações de Cabo Delgado vítimas desde o final do ano passado de uma nova e brutal onda de violência terrorista.
“Desde o final do ano passado, dezenas de aldeias foram atacadas, centenas de pessoas raptadas e mortas e várias capelas e igrejas destruídas”, sinaliza.
Embora nas últimas semanas não se tenha registado nenhum incidente particularmente grave, a fundação sublinha que “o medo persiste e, principalmente, há milhares de pessoas que fugiram de suas casas, das suas aldeias e que ficaram sem nada e dependem por isso e totalmente de ajuda para a sobrevivência no dia-a-dia”.
Reforçando que a situação humanitária em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, continua extremamente grave, a AIS partilha a mensagem em jeito de apelo que recebeu do padre Kwiriwi Fonseca, um dos sacerdotes de Pemba.
“Depois dos últimos ataques muita gente abandonou as suas terras, abandonou a agricultura, sabendo-se que isso é a base económica da região de Cabo Delgado, e essas pessoas precisam urgentemente de comida, precisam de bens, também com urgência”, conta o sacerdote.
“Eu, padre Fonseca, tenho acompanhado e sei muito bem quanto vocês conseguem [fazer] e o quanto é urgente [essa ajuda] na Diocese de Pemba. Por isso, sem muitas palavras, o que eu digo é: socorro, SOS para Cabo Delgado, ajuda urgente para o povo de Cabo Delgado…”, acrescenta.
Segundo o sacerdote, a ajuda da AIS tem sido muito relevante no trabalho da Diocese de Pemba junto das vítimas do terrorismo.
“Com o vosso apoio a Diocese tem feito um trabalho muito bonito de acompanhamento psicossocial, de acompanhamento humanitário, de acompanhamento das situações urgentes como a fome. Então, queridos irmãos, por favor, solicito-vos que possam, neste momento, abrir os vossos corações e retomar a ajuda. Cada um naquilo que puder”, lê-se na mensagem partilhada.
Moçambique é um país prioritário para a Fundação AIS. Além do apoio psicossocial às populações vítimas do terrorismo tem lançado diversos projetos de assistência pastoral, de fornecimento de materiais para a construção de dezenas de casas, de centros comunitários e ainda para a aquisição de veículos para que os missionários possam estar junto dos centros de reassentamento que abrigam milhares de famílias fugidas da violência.
“Neste momento tão difícil, os portugueses são chamados, uma vez mais, a manifestarem a sua solidariedade para com as populações que habitam a região mais pobre de um dos mais pobres países do mundo”, conclui a AIS.