O Ministério Público do Brasil pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investigasse três deputados, incluindo a militar indígena Silvia Waiãpi, por "incitamento a atos antidemocráticos" na sequência do ataque às sedes dos três poderes em Brasília no domingo.
Numa declaração oficial divulgada na quarta-feira, a procuradoria pediu ao STF para investigar André Fernandes e a militar indígena Silvia Waiãpi, deputados do Partido Liberal (PL), a mesma formação do ex-presidente Jair Bolsonaro, e a também parlamentar Clarissa Tércio, do Partido Progressivo.
Segundo a petição, os três deputados são suspeitos de “incitamento a atos de violência e vandalismo” através de “publicações em redes sociais antes e durante as invasões”, o que poderia constituir o crime de “incitamento público ao crime”.
Para o Ministério Público, as alegadas ações dos congressistas foram uma “tentativa de abolir, com violência ou grave ameaça, o Estado de direito democrático, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”.
No domingo passado, milhares de apoiantes de Bolsonaro invadiram e vandalizaram a sede do Congresso, o palácio presidencial do Planalto e o STF, numa tentativa falhada de derrubar o atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
Num outro ato, o Ministério Público também pediu ao STF para investigar o governador do Distrito Federal de Brasília, Ibaneis Rocha, que foi afastado do cargo durante 90 dias, e o seu então secretário de segurança Anderson Torres, ex-ministro da justiça de Bolsonaro.
Torres, que foi destituído do cargo pelo próprio Rocha no mesmo dia dos ataques, tem um mandado de captura para ele. O ex-ministro, que está de férias nos Estados Unidos, já disse que regressará ao país para se entregar às autoridades.
Torres era responsável pela segurança pública na capital brasileira no domingo passado, quando os atos antidemocráticos tiveram lugar.