Os Estados Unidos pretendem “imunizar 100 milhões de pessoas” com a vacina da Pfizer contra o novo coronavírus até o final de março de 2021, revelou este domingo Moncef Slaoui, chefe do programa norte-americano de vacinação para a doença, em entrevista à Fox News.
Após alegadas pressões de Donald Trump, a vacina da Pfizer foi autorizada pelos reguladores dos EUA na noite de sexta-feira. A distribuição arrancou este domingo e amanhã começará a campanha de vacinação.
Segundo Moncef Slaou, os Estados Unidos pretendem ter cerca de 40 milhões de doses da vacina distribuídas até o final de dezembro.
Mais: os EUA esperam obter ainda na próxima semana a autorização par uso de emergência também da vacina do laboratório Moderna.
“Entre 50 milhões a 80 milhões de doses serão distribuídos em janeiro, e o mesmo número em fevereiro”, disse Slaoui.
"Estamos a trabalhar com a Pfizer para continuar a ajudá-los e apoiá-los a atingir o objetivo de nos fornecerem mais 100 milhões de doses no segundo trimestre de 2021", afirmou.
Os primeiros a serem vacinados serão os profissionais de saúde e os idosos que vivem em lares.
Desafios da distribuição
O general americano Gustave F. Perna, responsável pela Operação Warp Speed, revelou que doses da vacina da Pfizer chegarão a cerca de 150 destinos esta 2ª. Na 3ª e 4ª, chegam a outros 450 pontos.
Gustave Perna, que está responsável pela Operação Warp Speed, o programa de desenvolvimento de vacinas da administração Trump, afirmou que foi programado que a vacina chegasse na segunda-feira de manhã para que os profissionais de saúde as recebam e comecem a administrar.
Na sexta-feira, os Estados Unidos deram luz verde à primeira vacina contra a covid-19, a vacina da Pfizer e da BioNTech, e as primeiras doses serão para profissionais de saúde e residentes em lares de idosos.
Apesar de a decisão da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, em inglês) ter chegado pouco depois da revisão pública dos dados de um estudo ainda em curso, foi alvo de pressões políticas por parte da administração Trump, que acusou a agência de ser muito lenta, ameaçando até demitir o diretor da FDA, Stephen Hahn, se a vacina não fosse aprovada até sexta-feira.
A decisão lança agora aquela que será a maior campanha de vacinação na história dos Estados Unidos, mas tem também ramificações globais por ser um modelo para muitos outros países, dando “esperança às pessoas nesta situação em que a pandemia está fora de controlo”, disse à Associated Press o diretor executivo da BioNTech, Ugur Sahin.
“Eu acho que não encontrariam um cientista neste planeta que previsse isto há 11 meses”, sublinhou Paul Offit, conselheiro da FDA e especialista em vacinas no Hospital Pediátrico de Filadélfia.
Depois de aprovarem a candidata da Pfizer e da BioNTech, os Estados Unidos estão a considerar uma segunda vacina desenvolvida pela farmacêutica Moderna. No início de janeiro, a Johnson&Johnson espera conseguir saber se sua vacina também está a funcionar nos testes finais.
A União Europeia também se prepara para decidir sobre as vacinas da Pfizer-BioNTech e da Moderna ainda este mês.
Na sexta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse numa mensagem de vídeo que a vacina contra a covid-19 representa “um dos maiores feitos científicos na história”.
São esperadas cerca de 3 milhões de doses da vacina nas primeiras tranches em todo o país, de acordo com responsáveis da Operação Warp Speed, e uma quantidade semelhante deverá ser mantida em reserva para a segunda dose das primeiras pessoas a serem vacinadas.
O governo ainda está concluir as recomendações finais, mas espera-se outros trabalhadores essenciais, idosos e outros grupos de risco acompanhem os profissionais de saúde e utentes de lares nos grupos prioritários.
Assumindo que não haja falhas na produção das vacinas, as autoridades norte-americanas não antecipam que haja doses suficientes para a população em geral antes da primavera.
“Precisaríamos, pelo menos, até março ou abril para ter um impacto na pandemia”, afirmou o diretor executivo da BioNTech.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.595.276 mortos resultantes de mais de 71 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (295.539) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 15,8 milhões).