As eleições presidenciais em Taiwan deram a vitória ao candidato da continuidade do regime democrático, vencendo o candidato que Pequim preferia.
Taiwan é uma ilha perto da costa chinesa, que os navegadores portugueses chamaram Formosa. Foi nesta ilha que, em 1949, as forças anti-comunistas, derrotadas na guerra civil, se refugiaram. Eram cerca de 1,2 milhões de pessoas. Mas hoje Taiwan é uma democracia liberal e tem perto de 24 milhões de habitantes.
Taiwan não é um país como os outros. A China considera que aquele território faz parte da soberania chinesa e propõe-se integrar Taiwan, impondo ali o regime comunista chinês, não excluindo para tal o uso da força militar. Os Estados Unidos apoiam militarmente esta ilha desde a guerra da Coreia (1950-1953), pelo que se situa ali uma das mais graves ameaças à paz no mundo.
Entretanto, a China recusa-se a ter relações diplomáticas com países que acolham embaixadas de Taiwan, o que levou a que quase todas essas embaixadas encerrassem.
Assim, Taiwan não é reconhecida internacionalmente como Estado soberano. As suas relações com outros países processam-se através de representações comerciais, não de embaixadas. Taiwan tem registado um apreciável crescimento económico.
A perspetiva de uma invasão militar chinesa a Taiwan não pode ser afastada. A China tem multiplicado as provocações militares, sobretudo navais, à ilha. O porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China afirmou que as forças armadas do país estão prontas para “acabar com qualquer conspiração sobre a independência de Taiwan”. O militar disse que o exército não hesitaria em esmagar qualquer tentativa independentista e que todas as medidas necessárias para isso estavam a ser tomadas.
É admirável como, debaixo de tão sérias ameaças, a população de Taiwan acorreu às urnas em massa. A democracia poderá ser ali esmagada pela força, mas mostrou a preferência dos habitantes de Taiwan pela liberdade.