A Rússia vai passar a confiscar o dinheiro e bens de pessoas condenadas pela divulgação de "informações falsas" sobre o exército russo, segundo uma lei promulgada hoje pelo Presidente Vladimir Putin.
Moscovo proibiu as críticas ao exército pouco depois de ter lançado a ofensiva contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
O novo texto foi aprovado no final de janeiro pela Duma, a câmara baixa do parlamento russo, e no início de fevereiro pelo Conselho da Federação, a câmara alta, de acordo com a agência francesa AFP.
Sem surpresa, o decreto presidencial assinado por Putin foi publicado hoje, numa nova ilustração da repressão contra os críticos do Kremlin (presidência), dois anos após o início do ataque à Ucrânia.
Putin, no poder há mais de 20 anos, vai candidatar-se a um novo mandato nas eleições marcadas para março.
O regime endureceu a repressão dos opositores e dos que contestam a guerra contra a Ucrânia, que Moscovo designa oficialmente como uma “operação militar especial”.
A repressão levou ao encerramento de órgãos de comunicação social considerados hostis pelo Kremlin e à fuga de muitos críticos e ativistas para o estrangeiro. Outros, como Alexei Navalny e Vladimir Kara-Murza, cumprem pesadas penas de prisão na Rússia.
De acordo com a organização não-governamental OVD-Info, que documenta a repressão política na Rússia, 19.855 pessoas foram detidas no país desde a invasão da Ucrânia, de que resultaram 871 processos-crime.