​Juncker. “Vou lutar pela Europa até ao meu último alento”
28-06-2016 - 11:35

Presidente da Comissão Europeia quer também que o Reino Unido clarifique o mais depressa possível a sua posição, depois do referendo britânico ter ditado a saída do país da UE.

O presidente da Comissão Europeia garante não estar "doente nem cansado" e prometeu lutar pela Europa. "Vou lutar pela Europa até ao meu último alento", assegurou perante o Parlamento Europeu, se reuniu esta terça-feira para debater o resultado do referendo britânico que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Perante os eurodeputados, Jean-Claude Juncker reafirmou ainda que o pedido formal britânico para sair da União Europeia deve ser feito "o mais rapidamente possível".

"Quero que o Reino Unido clarifique a sua posição o mais rapidamente possível", e "sem haver notificação da parte do Reino Unido não haverá negociações", foram as frases que Juncker mais repetiu na intervenção no Parlamento Europeu.

"Houve decisão, tem que haver consequências", acrescentou.

O líder do executivo comunitário referiu ainda ser "preciso que os britânicos levem a sério o seu próprio voto, é preciso que o Reino Unido leve a sério o que o seu povo disse, em vez de começar com jogos sombrios".

Sobre a decisão do primeiro-ministro britânico demissionário, David Cameron, de deixar nas mãos do seu sucessor o início do processo de saída da UE, Juncker foi claro: "sou contra que agora se procure distinguir este Governo britânico do próximo, isto não acontecerá".

"Proibi os comissários e os directores-gerais de discutirem com representantes britânicos qualquer negociação, dei ordem para que não haja negociações de corredor" até ser accionado, por Londres, o artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que prevê o abandono do bloco europeu por um dos seus membros, referiu ainda.

Juncker lembrou ainda que estará presente na reunião deste terça-feira do Conselho Europeu com Cameron, a quem vai pedir "que esclareça a situação".

"Não podemos ficar nesta situação por muito tempo. Não nos podemos instalar numa situação de incerteza prolongada", referiu.

"O voo [da UE] continua, apesar de estar agora com uma velocidade reduzida com este voto", rematou Juncker.