Sentado na mesa do congresso, do qual é vice-presidente, Miguel Albuquerque foi chamado à tribuna por Paulo Mota Pinto com um monumental lapso. Os delegados presentes no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, ouviram o presidente do congresso chamar "o companheiro Miguel Albuquerque, presidente do Governo regional dos Açores". Para logo a seguir desfazer-se em desculpas e dizer apressadamente "da Madeira, da Madeira, estava aqui a confundir".
Albuquerque levantou-se e nem sequer acusou o toque pelo lapso do homem que irá precisamente substituir na presidência da mesa do congresso. Apoiante de Luís Montenegro nas diretas de maio, foi a ele e ao PSD que irá liderar que aconselhou que "é decisivo que partido garanta a unidade para transmitir confiança aos portugueses".
O discurso aos delegados subiu depois de tom nos avisos, com o líder regional da Madeira a avisar que "um PSD onde pululam os egos exacerbados, onde estão presentes as reservas mentais tendo em vista jogadas de médio e longo prazo, um PSD onde predomina não a abertura à sociedade, mas um aparelhismo mais medíocre é um PSD que não tem condições de oferecer nada aos portugueses".
Depois deste aviso, Albuquerque deixou outro aos eventuais críticos internos que apareçam com esta liderança: "é favor, quem não quer participar deixe de chatear e deixe construir esta alternativa".
Fazendo parte da espécie de guarda pretoriana do novo líder do PSD, o líder regional disse que "é fundamental perceber que com a liderança todos os militantes são aptos a participar na construção deste projeto".
E não, o PSD não está condenado a desaparecer como alguns vaticinam, com Albuquerque a referir que o partido lidera as duas regiões autónomas e diversas autarquias, "governamos centenas de juntas" e que há "condições para atrair os melhores quadros para governar, por "não ser um partido qualquer".