O ano de 2023 é o mais quente registado na história da humanidade, anunciou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, esta quinta-feira, no dia em que começa a Cimeira do Clima (COP28), no Dubai.
“A um mês do final do ano, os dados já apontam para que 2023 seja o ano mais quente registado na história da humanidade”, declarou António Guterres, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
O relatório sobre o estado do clima global de hoje “mostra que estamos em sérios apuros”, alerta o secretário-geral da ONU.
António Guterres citava dados de um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência das Nações Unidas, divulgados esta quinta-feira.
O relatório provisório da OMM sobre o Estado do Clima Global confirma que 2023 será o ano mais quente já registado, indica a agência.
“Os dados até ao final de outubro mostram que o ano esteve cerca de 1,40 graus Celsius (com uma margem de incerteza de ±0,12°C) acima da linha de base pré-industrial de 1850-1900.”
“A diferença entre 2023 e 2016 e 2020 – que foram anteriormente classificados como os anos mais quentes – é tal que é muito pouco provável que os dois últimos meses afetem a classificação”, adianta a OMM.
A 28.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP28) arranca esta quinta-feira, no Dubai.
Diplomatas e líderes mundiais reúnem-se para as negociações anuais sobre a ação climática, com o objetivo de tomar medidas para fazer face à ameaça global colocada pelas alterações climáticas.
O Papa Francisco apelou aos participantes da COP28 que pensem no bem comum em vez dos interesses de alguns países ou empresas.
"Esperemos que aqueles que falarão na COP28 sejam estrategas capazes de pensar no bem comum e no futuro dos seus filhos e não nos interesses circunstanciais de alguns países ou empresas", afirmou hoje o Francisco na rede social X.
O Papa instou os participantes na reunião a "demonstrarem a nobreza da política".
Aos 86 anos, o Papa, que está com uma bronquite, foi forçado a cancelar a sua esperada visita ao Dubai para participar na conferência da ONU sobre o clima, que acontece entre hoje e 12 de dezembro.
Primeiro acordo na COP28
É o primeiro acordo conseguido na Conferência do Clima das Nações Unidas que começou hoje no Dubai. Há entendimento sobre a forma de pôr em prática o Fundo de Perdas e Danos que vai ajudar países menos desenvolvidos especialmente vulneráveis às alterações climáticas. O acordo já foi saudado pelas maiores associações ambientalistas internacionais.
O Fundo será coordenado pelo Banco Mundial nos primeiros quatro anos. Os países ricos vão contribuir de forma voluntária. O fundo terá que ter pelo menos 100 mil milhões de dólares todos os anos até 2030.
O dinheiro para este fundo já começou a aparecer. Os Emirados Árabes Unidos anunciaram na COP28 um contributo de 100 milhões de dólares, mesma verba que será disponibilizada pela Alemanha. O Reino Unido apoia com 40 milhões de libras, os EUA com 17,5 milhões de dólares e o Japão com outros 10 milhões.