O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) considerou esta sexta-feira que o aumento para 100 euros do subsídio de risco para a PSP e GNR é um "insulto aos polícias", assegurando que não vão desistir da reivindicação.
"Este valor é um insulto aos polícias, em nada traduz aquilo que era o necessário, aquilo que corresponde à complexidade da missão policial", lamentou Paulo Santos, em declarações à agência Lusa.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou esta sexta-feira que o subsídio de risco para a PSP e GNR será aumentando para 100 euros, sublinhando que o aumento representa uma despesa anual de 50 milhões de euros e "um esforço muito significativo".
No entanto, para os representantes dos polícias, o aumento é insuficiente e reflete a desvalorização das forças policias.
Por isso, o presidente da ASPP/PSP deixou um alerta à tutela: "Não se admire que, mais tarde, não existam candidatos suficientes para fazer parte desta família policial na PSP".
A proposta desta associação sindical, em conjunto com a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) era a do pagamento faseado do subsídio de risco até 2024. Em janeiro de 2022 seria pago 200 euros, em 2023 aumentava para 300 euros, fixando-se em 2024 nos 430 euros.
O valor anunciado agora pelo Governo, e que já tinha sido proposto anteriormente pelo Ministério da Administração Interna, fica aquém das reivindicações sindicais e Paulo Sousa assegura que não vai desistir.
"Iremos continuar a fazer pressão junto dos grupos parlamentares para que, em sede do Orçamento do Estado, possam ajudar nesta luta", adiantou o presidente da ASPP/PSP, acrescentando que serão discutidas formas adicionais de luta, sem precisar.
Associação dos Profissionais da GNR acusa Governo de “simulacro de negociação”
A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) acusou o Governo de ter promovido um “simulacro de negociação” sobre o subsídio de risco e anunciou um novo protesto junto à residência oficial do primeiro-ministro.
“Posso dizer que foi um simulacro de negociação. Os únicos que cederam foram as estruturas das forças de segurança. O Governo não cedeu em nada e manteve sempre a proposta inicial”, lamentou César Nogueira em declarações à Lusa.
“Prevíamos que o Governo não iria voltar atrás naquilo que propôs. Continuamos a dizer que foi uma proposta unilateral e que não houve uma negociação séria da parte do Governo”, salientou o presidente da APG/GNR, ao assegurar que o decreto-lei aprovado quinta-feira em Conselho de Ministros “apenas aplicou 68,96 euros a acrescentar a uma componente fixa que já existia”.
“Logicamente que não podemos ficar satisfeitos e vamos continuar a pugnar para que esse valor ainda seja aumentado em sede de discussão do Orçamento do Estado [para 2022]. Por isso é que temos tido reuniões com os vários grupos parlamentares”, adiantou César Nogueira.
Além dos contactos com as bancadas parlamentares, a APG/GNR pretende manter as ações de protesto, a primeira das quais a realizar em breve junto à residência oficial do primeiro-ministro, avançou.
A APG/GNR e Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) defendem o pagamento faseado do subsídio de risco até 2024. Em janeiro de 2022 seria pago 200 euros, em 2023 aumentava para 300 euros, fixando-se em 2024 nos 430 euros.
Já as restantes estruturas, que estão juntas numa plataforma e composta por 10 sindicatos da Polícia de Segurança Pública e três associações socioprofissionais da Guarda Nacional Republicana, exigem um subsídio de risco no valor de 430,39 euros, idêntico ao que é atribuído a outras polícias, como inspetores da Polícia Judiciária e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
O subsídio de risco é uma das principais e mais antiga reivindicação dos polícias e a atribuição deste suplemento está prevista no Orçamento do Estado deste ano, numa decisão dos partidos da oposição e não do Governo.