Ao fim de 32 anos, António Costa despediu-se esta segunda-feira do Parlamento. O ainda primeiro-ministro foi à Assembleia da República para um debate prepatório sobre o Conselho Europeu, mas acabou por ficar para a posteridade as palavras do seu adeus.
“Se ao longo destes anos alguém melindrei, quero dizer que não o fiz intencionalmente, se alguém me melindrou também devo dizer que já esqueci”, disse Costa.
O também ainda líder do PS dirigiu-se ainda “aqueles que como eu não serão reeleitos”. “Quero desejar-lhes que este seja o primeiro dia do resto da vossa vida e que sejamos tão felizes nas vidas que teremos a seguir como pelo menos fomos nas vidas que exercemos ao longo destes anos”, disse Costa, rematando com um “a todas e a todos, um grande abraço e votos da continuação de bom trabalho”.
Antes das despedidas, Costa falou diretamente à bancada do PCP, considerando que cada vez que o partido diz aos portugueses que o PS é igual à direita “há menos portugueses a compreenderem o PCP”.
“Isso é um grande erro para o PCP, é um problema para a democracia portuguesa e é um problema para o conjunto da esquerda portuguesa”, acrescentou.
Da bancada do PSD, Catarina Rocha Ferreira fez notar que “aquilo que se promete com este PS é precisamente voltar a dar as mãos, os braços e os abraços ao PCP e ao BE”.
Já de olho nas eleições daqui a três meses, António Costa não deixou São Bento sem antes deixar a sua convicção: “este ciclo político vai seguramente prosseguir, com uma vitória do PS no próximo dia 10 de março”.