O ministro dos Negócios Estrangeiros espera uma condenação forte e alargada à decisão russa, que reconheceu as regiões separatistas da Ucrânia como estados independentes, e a aplicação de sanções.
Em primeiro lugar, espera-se uma condenação política muito forte e muito alargada.
"Veja-se a reunião do Conselho de Segurança, da União Europeia e da NATO, bem como dos diferentes Estados - a começar pelo português - que já condenaram esta decisão ilegal e ilegítima da Rússia", sublinha Augusto Santos Silva.
A segunda coisa a esperar são sanções. No seio da União Europeia "fomos sempre muito claros ao referir que um ato de agressão da Rússia, que pusesse em causa a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, teria como resposta imediata sanções económicas. Hoje de manhã, os nossos embaixadores em Bruxelas iniciarão a etapa final sobre a decisão de aplicar sanções à Federação Russa".
Sanções de natureza económica que já estão definidas.
"O trabalho técnico preparatório está concluído", garante o ministro.
Agora, "é uma questão de os 27 se entenderem sobre o pacote de sanções mais robusto e adequado para responder a este ato especifico: o ato de reconhecimento ilegal das ditas entidades separatistas de Donetsk e Lugansk".
Para além das sanções, o ministro português dos Negócios Estrangeiros coloca para já de parte uma resposta militar à decisão anunciada pelos russos.
"Temos de ir com prudência e racionalidade que estas circunstâncias exigem. Ontem, a Rússia deu um passo, ao reconhecer politicamente duas entidades. E nós devemos responder, de forma a procurar fazer valer a nossa razão, mas também a evitar uma lógica de escalada militar que teria efeitos devastadores para todos."
Por isso, adianta, há que "reagir racionalmente e prudentemente, passo a passo, em função das circunstâncias".