Na mensagem para a Quaresma, o bispo de Santarém, D. José Traquina, informa que a renúncia quaresmal da diocese tem como destino o Patriarcado de Jerusalém e Belém.
“É a mesma Diocese que integra as comunidades cristãs de Jerusalém (Israel) e de Belém (Cisjordânia-Palestina)”, explica, lembrando que “a guerra atingiu a todos, não há turismo, as comunidades cristãs são minoria e o pastor católico, Patriarca, é o mesmo para os cristãos dos dois povos”.
“A nossa renúncia deste ano expressa também a nossa solidariedade para com comunidades cristãs em situação difícil e na terra onde Jesus viveu”
D. José Traquina diz que “estamos todos convidados a fazer da Quaresma um tempo especial de vida, marcado com boas opções e bom discernimento”.
Para o prelado, “a Quaresma é caminho e preparação para a Páscoa e é também o retomar do sentido da caminhada da vida humana”, assinalando que é “também tempo de revisão de vida”.
“Milhões de pessoas no mundo buscam e procuram, por caminhos diversos, a espiritualidade, porque a vida aponta para mais além. O ser humano é permanentemente um insatisfeito. Há sempre algo que falta por mais coisas ou bens que se tenha”, observa.
“Negar ou proibir a espiritualidade na sociedade é abafar uma dimensão impossível de ser abafada na natureza humana. Por isso mesmo a liberdade religiosa deve ser salvaguardada em todos os países”
O prelado pede também aos seus diocesanos que neste tempo tenham presente a oração individual e discreta e a oração comunitária.
Sobre o jejum, D. José Traquina explica que este “deve acontecer na busca de verdade da nossa identidade cristã”.
“A verdade como valor humano é fundamental na pessoa para viver em família e em comunidade e para edificar uma sociedade sempre a melhorar. Sem verdade, o amor fragiliza e pode desaparecer, não há liberdade que perdure. Sem verdade, uma família ou uma comunidade fica prejudicada na sua dimensão de vida e de amor. Sem verdade, uma sociedade tende para a injustiça e corrupção e a vida torna-se infernal”, alerta.