Igreja deve pressionar o poder político para que os reclusos possam passar o Natal em família, defende o presidente da Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos (OVAR), em declarações à Renascença.
A OVAR considera apela a que a mensagem do Papa Francisco, com pedido de clemência e indultos para presos neste Natal, deve ser ouvida pelas autoridades nacionais.
Manuel Almeida dos Santos, presidente da OVAR, entende que “esta mensagem natalícia do Papa Francisco tem de ser ouvida pelas autoridades portugueses e pela Igreja em Portugal”.
O responsável da Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos afirma que “os nossos bispos têm de pegar neste apelo e fazer sentir a sua pressão junto do poder político para que o Natal em família se estenda também a quem está a cumprir penas nos estabelecimentos prisionais”.
O Papa, dirigindo-se aos vários chefes de Estado, pediu indultos para presos, neste Natal. Francisco considera que a amnistia seria um sinal positivo, “para que este tempo marcado por tensões, injustiças e conflitos, possa abrir-se à graça que vem do Senhor”.
O presidente da Obra Vicentina recorda que Portugal “é o país da União Europeia com o maior número de reclusos por 100 mil habitantes e também o país com a média mais alta de cumprimento de penas”.
Lamenta que Portugal seja “desde há muitos anos muito contido na concessão de indultos natalícios”. “Esta mensagem do Papa Francisco tem de ser ouvida”, insiste.
O presidente da OVAR estende o seu apelo à opinião pública, porque “a opinião pública é fundamental para pressionar por uma maior abertura das autoridades à concessão de indulgências”.