Fim dos debates quinzenais. “É estranho a proposta vir do maior partido da oposição”
22-07-2020 - 09:45
 • Marta Grosso , Miguel Coelho (moderação do debate)

Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo são unânimes em criticar o fim dos debates quinzenais no Parlamento. Rui Rio “não lida bem com a democracia”, diz Henrique Raposo. Os dois comentadores analisam ainda a chegada de mais um grupo de migrantes.

“É absurdo” que venha do maior partido da oposição a proposta para acabar com os debates quinzenais no Parlamento com o Governo, diz Jacinto Lucas Pires nesta quarta-feira, um dia depois da aprovação das novas regras.

E “é mau sinal” que o Governo aceite. “Parece que quer navegar à vista, mas em silêncio”, lamenta o comentador do programa As Três da Manhã, notando a contradição da decisão com a expressão que tantas vezes enche os discursos políticos para se referirem ao Parlamento: “casa mãe da democracia”.

A proposta foi aprovada por PS e PSD num “casamento muito pouco democrático”, diz Henrique Raposo.

“O papel do Governo é governar, mas também explicar a governação”, sublinha.

Na opinião deste comentador, o líder do PSD “é uma personagem essencialmente pouco democrática” que “não pode ser primeiro-ministro de uma República” nem líder da oposição na mesma República.

“Rui Rio é alguém que tem uma visão essencialmente utilitária, tecnocrática e tende a ver os jornalistas e o Parlamento como um obstáculo”, aponta.


Henrique Raposo e Jacinto Lucas Pires comentaram também a chegada de mais um grupo de migrantes a Portugal, desta feita em Olhão. Lucas Pires diz que é preciso saber se se trata de uma rota ilegal e se há indício de crimes de tráfico humano.

Henrique Raposo concorda e sublinha: “se é refugiado, tem direito a abrigo e integração; se for imigrante ilegal, o nosso dever é devolver estas pessoas ao país de origem”, até para não favorecer o crime.