O ex-ministro Eduardo Cabrita e o "responsável pela segurança da comitiva" vão ser constituídos arguido no processo do atropelamento mortal na A6, segundo o despacho do diretor do DIAP de Évora que reabriu o inquérito.
No despacho, a que a agência Lusa teve acesso, o diretor do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, José Carlos Laia Franco, determina esta constituição como arguidos.
"Importará, previamente, com todas as consequências legais processuais que lhe são inerentes", proceder "à constituição formal como arguidos daqueles dois indivíduos", pode ler-se.
Na quinta-feira a CNN Portugal e a TVI avançavam que o Ministério Público determinou a reabertura do inquérito no caso do sinistro na A6, para investigar a conduta do antigo governante.
No dia 3 de dezembro de 2021, o Ministério Público (MP) deduziu acusação, requerendo o julgamento por tribunal singular, contra o motorista do carro onde seguia o ex-ministro e que atropelou mortalmente o trabalhador na A6, imputando-lhe a prática de um crime de homicídio por negligência e duas contraordenações.
No mesmo dia, Eduardo Cabrita demitiu-se do cargo de ministro da Administração Interna.
De acordo com o despacho de acusação, a 18 de junho, a viatura do ex-ministro seguia em comitiva, na A6, com mais dois veículos, quando atropelou mortalmente Nuno Santos, um dos funcionários de uma empresa que realizava trabalhos de manutenção naquela via, ao quilómetro 77,600, no sentido Este/Oeste (Caia/Marateca).