​Timor-Leste, 15 anos
12-05-2017 - 06:30

O petróleo e o gás estão perto do esgotamento em Timor. E a produção de café é escassa.

No próximo dia 20 fará 15 anos a independência de Timor-Leste. A ocupação indonésia, iniciada em 1975, assim como os conflitos entre timorenses nacionalistas e outros ligados à Indonésia, tinham morto cerca de 200 mil pessoas numa população à volta de 1,2 milhões. O território encontrava-se devastado.

Depois do 25 de Abril nenhuma causa mobilizou tanto os portugueses como a libertação de Timor da ocupação indonésia. Mas nos últimos anos tem-se falado pouco, entre nós, dessa distante meia ilha.

Por um lado é bom sinal. Timor-Leste foi notícia em 2006 por causa de conflitos políticos internos. O jovem país esteve então à beira da guerra civil. Mais recentemente houve a expulsão de alguns portugueses pelas autoridades de Dili, um caso até hoje não explicado cabalmente.

Mas há notícias recentes de Timor que não chegaram cá e que merecem atenção. O semanário The Economist publicou um artigo sobre aquele país, no qual recolhi a informação que se segue.

Foi descoberto petróleo e gás no mar de Timor. Entre 2003 e 2012 os rendimentos petrolíferos cresceram ali em flecha, permitindo financiar um fundo que possui agora cerca de 16 mil milhões de dólares. O problema é que o petróleo e o gás natural estão em vias de se esgotar.

O café, que Timor também exporta, é afectado pelo envelhecimento e pelas doenças das plantas que o produzem. Um terço destas estará hoje improdutivo. A produção actual de café atinge apenas um quarto do nível alcançado quando Timor era uma colónia portuguesa.

O turismo poderá revelar-se uma boa aposta. Hoje, os rendimentos do turismo já representam quase tanto como os rendimentos do café.

No entanto, o correspondente em Dili do Economist mostra-se pessimista quanto aos investimentos que o governo timorense tenciona fazer. E o desemprego ameaça a população, metade da qual é constituída por jovens abaixo dos 17 anos. Os próximos tempos não serão nada fáceis para os timorenses. Portugal não pode esquecer a sua antiga colónia, que ajudou a libertar da opressão indonésia.