O serviço de gastroenterologia do hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, vai começar a funcionar em pleno a partir da próxima semana, com aparelhos de endoscopia alugados, depois de ter sido assaltado na quarta-feira, foi hoje divulgado.
Contactado pela agência Lusa, o presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), Franklim Ramos, explicou que, após o roubo de “13 a 14” aparelhos de endoscopia, no valor de 730 mil euros, foi acionado um plano de contingência para que o serviço de gastroenterologia possa retomar o seu funcionamento normal.
“Roubaram um número de equipamentos muito significativo, sem os quais o serviço de gastroenterologia não pode funcionar. O plano de contingência gizado visa pôr o serviço a trabalhar como funcionava, o mais rapidamente possível. Acreditamos que, na próxima semana, já teremos os endoscópios, em regime de aluguer. Neste momento, o serviço está a trabalhar em função dos exames que pode fazer”, disse.
Segundo Franklim Ramos, se os aparelhos roubados não aparecerem, a ULSAM terá de lançar um concurso público para a aquisição de novos equipamentos.
Franklim Ramos adiantou que a investigação, a cargo da PSP, continua a decorrer.
Na quarta-feira, após o assalto, Franklim Ramos disse que o hospital de Santa Luzia “tem segurança privada e que o serviço de gastroenterologia possui sistema de cartões eletrónicos de entrada”.
Em setembro de 2022, a ULSAM investiu cerca de um milhão de euros, de capitais próprios, para instalar uma nova Unidade de Endoscopia Digestiva Avançada (UEDA) no hospital de Viana do Castelo.
Na altura, à Lusa, adiantou que o investimento na nova unidade instalada no serviço de gastroenterologia foi “feito gradualmente”.
A UEDA e o novo equipamento de ressonância magnética representaram um investimento de mais de 1,4 milhões de euros.
De acordo com informação fornecida pela ULSAM, o novo serviço “possibilita a realização, num único espaço, de um conjunto de exames endoscópicos e técnicas minimamente invasivas que permitem identificar todo o espetro de doenças digestivas benignas e malignas e o tratamento de patologias complexas, para o distrito de Viana do Castelo e para doentes provenientes de outras zonas do país”.
A UEDA “dispõe de três salas de endoscopia (…) com arco de fluoroscopia de última geração, ecógrafos, ecoendoscópios lineares, enteróscopio espiral, máquina de anestesia, entre outros equipamentos”.
Além de procedimentos de endoscopia geral, a nova unidade permite realizar “todos os procedimentos de endoscopia de intervenção avançada existentes”.
O equipamento de Ressonância Magnética (RM) instalado no hospital de Santa Luzia permite fazer todos os exames prescritos no âmbito da ULSAM, “evitando o recurso ao exterior e, devido à tecnologia atualmente incorporada”, permite também aumentar “a qualidade da imagem obtida, permitindo, deste modo, aos clínicos, uma avaliação mais rigorosa e mais acertada da imagem”.
O financiamento, a fundo perdido, do Fundo Social Europeu foi de 55% (660.000 euros) e contou com apoio financeiro nacional de 45% (540.000 euros). O valor do IVA foi suportado pela ULSAM, no montante de 276.000 euros.
A ULSAM gere os hospitais de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o hospital Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, servindo uma população residente de 231.488 habitantes nos 10 concelhos do distrito e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.