O Banif não vai fechar, garante o presidente da instituição. Em entrevista à RTP Madeira, Jorge Tomé assegura que o banco está sólido e que as notícias sobre uma eventual medida de resolução a aplicar pelo Estado não têm fundamento e abalam a confiança no banco.
“O encerramento do banco, isso é um perfeito disparate. Os depositantes e contribuintes podem estar descansados. O Banif felizmente tem uma posição de liquidez confortável, as acções do Banif estão ao preço que estão fruto de todas estas notícias que só desvalorizam o activo e obviamente que quem vai ser prejudicado por isso vai ser o Estado”, declarou Jorge Tomé na estação pública.
O presidente do Banco Internacional do Funchal aproveitou para deixar na entrevista uma mensagem de tranquilidade aos clientes: “Nós estamos a controlar a situação, estamos a gerir a situação, e a minha mensagem é uma mensagem de tranquilidade e de serenidade para todos os clientes do banco”.
A instituição continua à procura de comprador para a participação do Estado. Jorge Tomé revela que há seis potenciais compradores e que “tudo o que tem acontecido até agora na relação com os investidores leva a crer que o Banif vai receber propostas durante esta semana”.
Banco bom, banco mau
O Governo estará a preparar uma solução para o Banif já nos próximos dias, avançou a TVI24 no domingo. Segundo a estação de televisão, a solução pode passar por criar um "banco mau" para onde passam os activos considerados tóxicos, se não for encontrado um comprador para o banco.
A parte “boa" do Banif ficará na Caixa Geral de Depósitos com os accionistas do banco a suportarem perdas. Todos os depósitos estão salvaguardados, mesmo acima dos 100 mil euros.
O jornal “Público” adianta, por seu lado, que o Governo está a estudar todas as soluções, mas é certa a criação de um "banco mau".
Há três anos, o Banif foi nacionalizado pelo anterior Governo do PSD/CDS com uma injecção de dinheiros públicos de 700 milhões de euros e um empréstimo convertível de 400 milhões.
O banco teria de reembolsar a última parcela ao Estado no valor de 125 milhões em Dezembro do ano passado, mas não o fez, colocando o Banif sob vigilância apertada de Bruxelas.
O Ministério das Finanças está a acompanhar a situação. “O plano de reestruturação do Banif, tal como é de conhecimento público, está a ser analisado pela DG Comp [Direcção Geral da Concorrência Europeia]. Paralelamente, decorre um processo de venda do Banco nos mercados internacionais conduzido pelo seu Conselho de Administração", referiu em comunicado divulgado na segunda-feira.